Comunicado Conjunto FPCUB, MUBi, e ACA-M – Uma Decisão Histórica Para a Cidade de Lisboa
UMA DECISÃO HISTÓRICA PARA A CIDADE DE LISBOA
Ontem, 21 de Janeiro, a Câmara Municipal de Lisboa, representada por José Sá Fernandes, vereador dos Espaços Verdes, e Fernando Nunes da Silva, vereador da Mobilidade, acordou quatro princípios da maior importância para o futuro da mobilidade na cidade de Lisboa. A saber:
- Ponderar seriamente a redução da quantidade e velocidade dos automóveis nas ruas e bairros de Lisboa, antes de decidir pela segregação da bicicleta;
- As ciclovias devem ter um só sentido de circulação, para evitar conflitos perigosos nos cruzamentos;
- As ciclovias não devem ser construídas sobre os passeios, para evitar conflitos com os peões;
- As ciclovias devem ser contínuas e cruzar em segurança vias de tráfego automóvel intenso.
Estas promessas foram feitas aos representantes de três associações: a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB), a Associação para a Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBi) e a Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M), em reunião ontem, dia 21 de Janeiro.
Assente ficou, assim, que a velocidade em muitas ruas e bairros de Lisboa deve ser reduzida para um máximo de 30 Km/h, de modo a integrar a circulação em bicicleta com o restante tráfego; a este propósito, há já uma vasta experiência internacional neste tipo de solução de acalmia de tráfego e os vereadores afirmaram inclusivamente a intenção de transformar as Avenidas Novas em Zona 30.
Ficou também assente que, para acautelar erros futuros e corrigir ciclovias já construídas, e no sentido de manter um diálogo saudável, construtivo e permanente, será constituído um grupo de acompanhamento formado por representantes da CML e de ONGs promotoras da mobilidade sustentável na cidade e da defesa dos direitos dos peões e utilizadores de bicicleta.
A FPCUB, MUBi e ACA-M congratulam a CML por esta decisão histórica e feliz dos responsáveis pela Mobilidade e Espaços Públicos da CML. Numa cidade em que 30% da população tem mais de 60 anos e em que só 40% dos agregados familiares possuem carro próprio, é um sinal de luz para a saudável, desejada, justa e equilibrada integração dos diversos modos de circulação.
6 Responses to Comunicado Conjunto FPCUB, MUBi, e ACA-M – Uma Decisão Histórica Para a Cidade de Lisboa
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Sugiro à Fundação Manuel dos Santos, que vem publicando excelentes estudos sobre o Portugal de hoje, que promova a publicação de um estudo sério sobre a sociologia do transporte urbano em Lisboa e no Porto, que permita obter conclusões claras quanto aos reais motivos que obstam à generalizada utilização da bicicleta como meio de deslocação nestas grandes cidades, e quanto às vantagens da bicicleta face a outras alternativas de transporte.
João Carvalhinho:
1 – Meter os sinais de 30 tem sido tão fácil que contam-se pelos dedos de uma mão o nº de ruas que os tem
2 – No brainer? Sim, mas aparentemente não para os técnicos que projectaram ciclovias em Lisboa nos últimos 10 anos
3 – Assumindo que são precisas ciclovias – que, com medidas de acalmia de tráfego efectivas, só serão necessárias em vias onde o diferencial de velocidades é muito grande – sim, retirar espaço ao carro. Ideia que não é nada revolucionária, faz-se em todo o mundo há décadas. Se queremos melhorar as nossas cidades, há que retirar competitividade ao carro, que a tem artificialmente por se projectarem, por exemplo, vias rápidas a cruzar o centro da cidade.
4 – Onde é que leu isso de que “basta pintá-las no asfalto”?
É verdade, isto são para já apenas intenções. Para que haja mudanças de fundo precisa-se de concretização, nas obras físicas, na fiscalização e na educação dos condutores (seja de que veículo for). Ora isso só se consegue se houver vontade política para fazer o que deve ser feito, sem zigue-zagues, daí que isto é um bom princípio.
Finalmente, é verdade que há muita gente que entra em Lisboa vinda de outros concelhos. Tal como Paris, por exemplo. Dizer que a sua única opção de transporte é o automóvel ou os motociclos é muito redutor: a bicicleta, por exemplo, presta-se bem a ser utilizada em combinação com transportes públicos. O que não é solução é tentar manter ou expandir mais a rede viária dedicada ao automóvel particular, que como se tem provado nos últimos 30 anos, ocupa todo o espaço que lhe destinam mais cedo ou mais tarde…
And by the way, desses 60% de agregados sem carro são pessoas pobres que vivem em casas com rendas antigas, na maioria idosas que nem vão para o trabalho… este indicador é mesmo muito enganador! não passa pela vontade de não ter carro, mas sim pela impossibilidade de o ter ou usar. Mas bale… ele existe! 🙂
As ideias são interessantes e fáceis de aceitar mas:
1. Meter os sinais de 30 é fácil… verificar se são respeitados é outra coisa…
2. No brainer… ainda por cima com a largura com que têm sido feitas, e com o hábito natural de andar aos pares (mea culpa) quando se está em passeio…
3.Aleluia… mas as estradas estão cheias e quando não estão, os carros ocupam as bermas quando podem em estacionamento abusivo… e pressupõem retirar meio metro em cada passeio para acrescentar a estrada em cada sentido para meter a ciclovia?
4.Basta pintá-las no asfalto com a mesma cor que mudam logo a mentalidade… claro que não! Teria que ser com uma mudança de código da estrada…
Nunca estudei isto a fundo, mas creio que mais de 90% das pessoas que trabalha em Lisboa e tem menos de 60 anos, não vive a uma distância ciclável do trabalho.
Infelizmente esta é a verdade: ao contrário dessas cidades onde “há já uma vasta experiência” e onde a demografia não depende tanto dos arrebaldes, em Lisboa o uso diário de bicicleta é possível… mas apenas para muito poucos.
Vale os custos de fazer esta reorganização? e o impacto que tem na massa de trabalhadores que se vê obrigado a vir de carro? Não sei, mas quanto a isso a camara não precisa preocupar-se pois estes não votam em Lisboa!
Se calhar devia-se começar com uma aposta maior em motociclos e afins… que minimizam a carga automóvel na cidade, mas esses sim, são utilizáveis no dia-a-dia por muito mais gente.
Quando se faz um comentário negativo (do tipo do Sr. João Lourenço) deverá ser justificado e neste caso porquê da “ideia mais disparatada”
Ideia mais disparatada, vocês não têm nada que fazer e põem-se inventar.