Por vezes a MUBi recebe protestos de peões em relação aos ciclistas. Publicamos hoje uma troca de e-mails que esperemos que ajude a melhor nos entenderemos no futuro. É um assunto que temos a obrigação de tomar muita atenção. A promoção do uso da bicicleta não pode ser conseguido ocupando o frágil património pedonal das nossas cidades. Comportamentos irresponsáveis por parte de ciclistas também não podem ser desculpados, mesmo sabendo que na maior parte das vezes são consequência do medo de circular de bicicleta entre os carros. Peões, ciclistas e motoristas têm que perceber que o objectivo que nos une é comum: qualidade de vida nas cidades de Portugal. E para que se atinja este fim temos que conseguir que as nossas ruas sejam menos perigosas para todos.

Muito bom dia

Agradecia o favor de me informar se é possível andar de bicicleta utilizando os passeios.

Na verdade considero mesmo perigoso!  Um terrorismo do passeio. A maioria dos ciclista é muito descuidada e sente-se protegida por ir na bicicleta. Como, cumulativamente, a velocidade da marcha é inferior à da bicicleta, os transeuntes, sobretudo quem tem crianças, sofre uma chicana por parte dos ciclistas de grande risco para o peão. Não esquecer que o peão está de “peito-aberto” e nunca sabe de onde vêm eles! Podem vir, repentinamente,  da esquerda, da direita, de trás e aparecer pela frente quando menos se espera. Considero isto, sem aplicabilidade de qualquer regra de transito, um verdadeiro ato de terrorismo. Fica claro que quem precisa de seguro são os peões … contra ciclistas!

Na espera do vosso esclarecimento.

27-28 Mar 10 020   —

Cara Elisa ***,

Respondendo rapidamente à sua primeira pergunta: não!

Respondendo de forma curta ao seu e-mail: tem total e absoluta razão em tudo o que afirma.

Circular de bicicleta sobre o passeio é muito perigoso para os peões, especialmente crianças e idosos, mas não só. Tanto ou mais grave que as situações de colisão, são as situações de quase-colisão que assustam e causam um verdadeiro incomodo a todos os peões. De facto, um dos problemas é que as estatísticas publicadas deste tipo de acidente, não são mais do que a ponta do icebergue de um fenómeno que infelizmente tenderá a agravar-se no futuro – só são registados os casos mais graves que acarretam hospitalização e ficamos por saber a verdadeira dimensão deste problema quando pequenas, mas inaceitáveis lesões, raramente são reportadas.

Ainda por cima, facto infelizmente pouco conhecido dos ciclistas, circular nos passeios é extremamente perigoso para ciclistas. O perigo mais subtil, mas mais frequente e grave, é nos cruzamentos. Quando interagem com o restante tráfego (geralmente, e também ilegalmente, usando as passadeiras de peões) os ciclistas fazem-no em contra-mão e com velocidades até três vezes superiores à de um peão. Mesmo a circulação no passeio tem perigos subtis e não intuitivos, como a natural e compreensível errância do peões, a saída de garagens e os inúmeros obstáculos que infelizmente são frequentes nos passeios portugueses. Infelizmente estes perigos são contra-intuitivos e a circulação pelo passeio é ainda percecionada por alguns ciclistas, em especial os iniciados, como mais segura. O excesso de automóveis nas cidades Portuguesas e a sua excessiva velocidade acaba por os levar usar o passeio como refugio, quando de facto, e na maior parte dos casos dos casos, estão a colocar os outros e a si próprio em situação de perigo.

Infelizmente muitas autarquias portuguesas pioram este problema, colocando ciclovias sobre os passeios. Recentemente a MUBi, em conjunto com outras associações, já protestou e conseguiu junto da Câmara Municipal de Lisboa um compromisso que as ciclovias não serão mais colocadas no passeio no futuro e que os erros já feitos serão  corrigidos.

Finalmente e provavelmente o que despoletou o seu e-mail: a questão do seguro. É de facto um problema delicado que exige melhor reflexão de todos. A MUBi defende que a lei deverá garantir que a responsabilidade de prudência deverá ser de quem anda mais rápido, arranca mais rápido, tem maior massa, e causa mais danos. É esse o espírito e a letra da revisão do Código da Estrada, que assim se coloca a par com a legislação do resto da Europa. E por isso, sem dúvida nenhuma, numa colisão entre um peão e uma bicicleta a responsabilidade ética é sempre do ciclista e nos casos de culpa óbvia (por exemplo, a circulação da bicicleta no passeio) a responsabilidade civil e penal é também do ciclista. Dito isto, com toda a clareza, resta o problema se o ciclista deverá ter seguro e se este deverá ser obrigatório. Como deve ter lido a MUBi considera que a obrigatoriedade do seguro para ciclistas não faz sentido.

Perante este problema temos que ter também a noção das proporções do problema. O número de veículos motores sem seguro é enorme e com tendência para aumentar – segundos os últimos números publicados haverá cerca de 20,000 veículos motores a circular sem seguro e cerca de 50,000 sem Inspeção Obrigatória. Existem mais de 5,000 acidentes por ano em Portugal que envolvem veículos motores sem seguro – acidentes esses que são cobertos pelo Fundo de Garantia Automóvel. Mesmo que nenhum ciclista tenha seguro (o que está longe de ser verdade), como pode imaginar os danos humanos e materiais causados por estes acidentes que envolvem veículos motores sem seguro, são incomparavelmente maiores que os custos que os ciclistas causam aos peões. Não sendo de forma alguma uma desculpa para ignorar o problema, aponta para que uma das respostas possível poderá ser alargar o âmbito de cobertura do Instituto de Seguros de Portugal aos ciclistas não cobertos por seguro contra terceiros – de notar que nestas circunstâncias e modelo, mesmo que o peão seja de imediatamente coberto pelo ISP, o ciclista ficaria sempre obrigado a reembolsar, com juros, os montantes gastos. Resta-nos agradecer o contacto e as preocupações manifestadas.

Com os nossos melhores cumprimentos,

MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta

Muito Bom Dia.

Não sabe como agradeço o fato de me ter respondido, rápido e aduzindo largas explicações que tão úteis me são!

Reconheço que a enorme irritação que pressentiu em mim – o verão deu “força” aos ciclistas que circulam nos passeios em situação de perigo – não me deixou ver o lado interessante que me abriu que é, claro, o de que os ciclistas também correm perigo! Verdade LaPaliciana pois é certo que quem se mete nas situações também pode “levar”!

Não na verdade não foi o seguro que me fez pensar! Apesar de trabalhar na CGD e as Seguradoras ainda não terem sido vendidas, não foram os seguros o meu detonador. Foi, sim, o desadequado que me pareceu o encontro dos dois utentes, caso se pudesse andar nos passeios, por isso considerei que quem precisaria de seguro seriam os peões.

Mais uma vez, muito grata.

Elisa ****

Cara Elisa ****,

Muito obrigado pela sua simpática resposta. Muito nos agrada que o e-mail tenha ajudado a esclarecer a nossa posição e a ver o assunto com outros e renovados olhos. Pela nossa parte prometemos continuar a fazer todos os esforços para defender os mais frágeis.

Sempre ao dispor.

MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta

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26 Responses to Ciclistas no passeio

  1. João Pimentel Ferreira diz:

    Relendo melhor toda a publicação, e fazendo eu parte da MUBi, não tendo ainda participado de todo na redação deste texto; devo dizer que me sinto extremamente maravilhado. A minha análise é puramente política-filosófica. Lemos uma publicação de uma associação de ciclistas a atacar a classe dos ciclistas que colocam em causa os elementos mais frágeis. Nunca vi uma associação portuguesa ter esta atitude tão nobre, louvável e superior, desde a fundação da nacionalidade. Por norma, reina o narcisismo e o egoísmo corporativista, que vai desde as ordens profissionais, as associações empresariais, de consumidores ou sindicatos. Esta é das publicações mais nobres que alguma vez já li, encontrando-se nos antípodas das publicações do ACP, e cinjo-me aqui apenas a uma análise estritamente político-filosófica.

  2. Susana diz:

    Não concordo com tudo o que dizem (MUBI), nomeadamente, e passo a citar “Quando interagem com o restante tráfego (geralmente, e também ilegalmente, usando as passadeiras de peões)”, não sei em que lei é que viram isto. No novo código não encontro nada que proíba a circulação de bicicletas nas passadeiras nem que obrigue o ciclista a sair da bicicleta quando atravessa uma, como circula por aí. Aliás, os guardas da GNR da escola segura da minha cidade já me garantiram que isso não está na lei e não é para cumprir, salvo se houver sinalização local que obrigue. Se isso correspondesse à verdade como é que as crianças até 10 anos atravessariam as passadeiras quando saem dos passeios? Aberração é a lei dizer e obrigar, crianças acima dos 10 anos, como eu vejo, sem qualquer conhecimento das regras de trânsito ou noção de perigo, a ter que andar na estrada à mercê dos condutores alucinados de automóveis que também desconhecem muitas vezes o código.

  3. Diogo Dias diz:

    Tenho de deixar o meu contributo, enquanto utilizador de bicicleta, peão, automobilista e pai de dois filhos.

    Primeiro, antes da crítica, temos de avaliar que tipo de ciclista utiliza o passeio. Regra geral , há dois tipos: O tipo responsável (ex. senhoras e senhores que se sabem comportar, mas que têm medo da estrada e com razão!) o tipo responsável (ex. malta nova sem noção do perigo, que muitas vezes utiliza o passeio só porque é porreiro andar aos saltos)
    Em qualquer um dos casos, há um motivo mais forte por detrás: A FALTA DE CONDIÇÕES DA MAIOR PARTE DAS AVENIDAS NAS NOSSAS CIDADES, EM ESPECIAL LISBOA, PORTO E COIMBRA, ONDE SE SOMA OS EXCESSOS DE VELOCIDADE.

    Eu nunca utilizo o passeio. Porquê? Porque perdi o medo e ganhei experiência. Mas se calhar devia, para reivindicar o direito à segurança na estrada. Agora, não me obriguem a circular na Av da Republica ou na Av Almirante Reis, com o meu filho que já tem mais de 10 anos! Porque quando isso acontecer, “vão rolar cabeças”, especialmente as cabeças das autoridades (incluindo Câmara M.) Quem vêm a cidade ser consumida por automóveis a 100km/h, estacionamento selvagem em cima dos passeios, destruindo-os, razias a motas e bicicletas, etc. e em vez de tratarem destes casos que são prioritários voltam-se para o mais fraco. Neste caso o ciclista. Ainda há pouco tempo saiu a notícia de que as autoridades iriam ser mais duros com os peões que não atravessam a passadeira ou não esperam que o sinal fique verde. Por isso, peão ou ciclista o trato neste momento é o mesmo e quem se fica a rir é o condutor do automóvel:)

    • Caro Diogo Dias,

      Como explicamos na carta publicada compreendemos perfeitamente o medo que sente ao usar algumas das vias em cidades Portuguesas. Mas o mais importante é percebemos que um ciclista usar os passeios é uma atividade muito perigosa para ele e desconfortável e perigosa para os peões. Éticamente é na prática, a opinião do mais forte tem de si próprio (por exemplo o automobilista dizer que é muito cuidadoso) é irrelevante para a segurança do mais frágil.

  4. Magda gama diz:

    Isto é muito giro de dizer por email ou carta: isto porque nunca foram albarroados em Leiria e não conhecem sequer Leiria:em que “assassinos” de bicicleta nem olham a meios e passam por passeios destinado a peões: pois aqui em Leiria há o mesmo espaço para ciclistas e peões e quem mais sofre somos nós peões!Ah e muito obrigada por vocês da MUBI não gostarem de uma senhora de Leiria: já que quase sempre que vou à cidade acabo com 1 ciclista a querer atropelar-me a velocidade a jacto! Rara é a vez em que isso não acontece!

    E já agora porque são só homens???????É que já vi muitas senhoras de bicicleta em Leiria e além de cumprirem as regras de partilha, caso nos toquem a alta velocidade param e pedem desculpas e vêem se as pessoas estão bem!

    Agora os homens+bicleta: sinal de PERIGO à vista: arredem-se logo mas é! Gostaria de saber porque homem+bicicleta=BRUTOS!Pelo menos em Leiria!

  5. A foto que ilustra o ‘post’ foi tirada por mim, em tempos, no Chiado, em Lisboa. Antes de mais, tive de me afastar para passarem estes ciclistas. Depois, a rua estava inteiramente livre para eles lá circularem, como deveriam fazer.

  6. Carlos Viana diz:

    Vê-se logo que a larga maioria dos que penalizam andar no passeio de bicicleta não têm filhos pequenos. Não têm ideia do perigo que é para a criança andar na estrada. Eu e o meu filho, quando andamos por necessidade no passeio, respeitamos os peões, acima de tudo porque também o somos. Comparar-nos a um reles automobilista egocêntrico é muita injustiça.

  7. tiago diz:

    É irritante ler comentarios como os que ja li aqui. quer dizer, voces querem todos os direitos sem terem deveres. ainda reclamam quando alguem vos aponta uma verdade? Tem asenhrabtoda a razão no que diz. a ver por alguns comentarios ja estou a ver eu a levar respostas do tipo.. Ha passei muito rente a ti a 120kms/h ?!? Entao havias de ver se fosse um autocarro… tenham juizo e respeitem se querem ser respeitados

  8. Carlos Silva diz:

    Boa noite.Realmente o que os peões tem de de se preocupar,em Lisboa, é com as bicicletas….porque os carros em cima dos passeios, é como se fossem flores a ornamentar o passeio.Quem vá ao paredão da Costa da Caparica, verá que ,apesar de o paredão ter cerca de 8/9 metros de largura e a ciclovia estar colocada do lado contrário ao mar , os peões “preferem” ir na ciclovia…
    Preocupem-se com o estacionamento “selvagem” em Lisboa..
    Cumprimentos para todos.

  9. Andre diz:

    Boas. Vivi os últimos 6 anos em Barcelona, onde tive o prazer de me deslocar diariamente de bicicleta e/ou transportes públicos para toda a parte. Ao contrário do que é defendido pela Mubi, lá é permitido aos ciclistas circular em passeios, desde que estes tenham mais de 5 m de largura. É preciso também respeitar uma distância mínima de 1,5 m (creio) para os peões. Parece-me razoável, desde que o ciclista também o seja.

    Presumo que tendencialmente a lei se venha a tornar mais restritiva, mas é evidente que comparar a rede de ciclovias e o trânsito bem regulado daquela cidade com Lisboa, Porto ou Braga (os casos que melhor conheço) é descabido. Aqui os ciclistas mal começaram a pedalar e já estão a ser escorraçados: tanto da estrada como do passeio. Pena que nem todos os lisboetas trabalhem em Monsanto ou na periferia, é que para lá é que não faltam ciclovias.

    • Caro André, de facto Barcelona recuou perante essa regra que se demonstrou desastrosa. Segundo os dados do Município:

      “…un total de 528 personas han sido atropelladas por una bicicleta en la capital catalana desde 2002, y el año pasado [2011] el 57% de atropellos con este vehículo se produjeron encima de la acera, un 264% más que en 2010, de forma que sumaron 51 frente a los 39 que se registraron fuera de las aceras.”

      Desde 2013 que só é permitida a circulação sobre os passeios em situações devidamente assinalada. E isto porque Barcelona no passado cometeu o mesmo erro que alguns dos municípios Portugueses: colocou algumas ciclovias sobre os passeios.

  10. Filipe diz:

    Cara Elisa, Espero que quando encontra automoveis em cima de passeios, passadeiras e em excesso de velocidade contacte energicamente as entidades competentes e um tal de ACP.
    Abraço
    Filipe

  11. Ricardo Ferreira diz:

    Criar ciclovias a torto e a direito não evitará que os automobilistas continuem a conduzir enquanto enviam SMS, ou a circularem em excesso de velocidade. Perante essa linha de pensamento, no limite, utilizadores vulneráveis das vias só estarão seguros se deixarem de utilizar essas vias.

    Por outro lado, quanto mais bicicletas houver numa via, mais devagar os automóveis circulam e, consequentemente, mais segura se torna essa via. Assim, o caminho a seguir deverá ser o de se procurar uma partilha do espaço em condições de segurança para todos.

  12. teresa soares diz:

    realmente é como dizem, no Porto também. Como utilizadora de todos os meios: conduzo, ando de bicicleta(maioritariamente nos passeios, pois considero os automobilistas um perigo gigante) e adoro caminhar.
    Desde que há ciclovias nos passeios, além do espaço para cada vez mais caminhantes ter ficado mais reduzido,já não se consegue andar à vontade… Andar na estrada é demasiado perigoso pois os automobilistas andam sempre a mexericar nos telemoveis… Acho mesmo necessário criar ciclovias coladas aos passeios e com separador tridimensional (tipo guia de passeio) dos automobilistas. Assim haveria segurança e tranquilidade para todos.
    P. ex. na Avenida da Boavista (perto Casa da Musica) estao a pintar ciclovias junto aos passeios, mas sem a guia de separação, além de não serem seguras, há sempre carros estacionados no caminho… poder Utilizar as faixas BUS, parece-me otimo

  13. Jorge diz:

    Concordo em absoluto. Mas acho que é preciso também perceber que existem “ciclo-coisas” enfiadas nos passeios (como algumas pessoas apontaram – a zona da expo é um bom exemplo) muito mal sinalizadas e que, para quem é um peão, passam até despercebidas. Acho que o melhor exemplo é a recém criada “ciclo-coisa” na Ribeira das Naus, junto ao Cais do Sodré em Lisboa. Não consigo perceber como é possível criar ali duas “ciclo-coisas” (três se contarmos os 50 metros de “coisa” no Cais do Sodré) sem qualquer tipo de sinalização. Os peões usam aquelas faixas como se fosse um passeio, os ciclistas como se fosse uma ciclovia (é o pavimento “menos mau” ali disponível para circular), muito me espanto de ainda não ter havido atropelos. E há muitas zonas assim em LX e por esse país fora. E depois lá está, cria-se a confusão. Eu pelo menos estou confuso, não faço ideia do que querem dizer aquelas tachas redondas com uma bicicleta, no meio dos passeios.

    Enfim. Mais bom senso e mais e melhor sinalização é preciso, urgentemente.

  14. António Narciso diz:

    Concordo em absoluto de que os passeios são para os peões e não são para as bicicletas, mas já agora gostava que me esclarecessem para a seguinte questão: E as ciclovias são para quem? Na EXPO todos os sinais no piso e os verticais que marcam um corredor para bicicletas são para quem?
    Obrigado pela atenção

  15. António Quelhas diz:

    Boa tarde,

    Li os emails trocados e essa situação, fez-me lembrar, a zona da Expo, em Lisboa, na zona pedonal junto ao Rio Tejo.
    Devo dizer que é uma vergonha, ciclistas que passam a grande velocidade por entre peões, sem qualquer cuidado…!
    Talvez a vossa organização pudesse sensibilizar os ciclistas que circulam naquela zona, através da vossa página.
    Sou um utilizador regular de BTT.
    Penso que um pouco de sensibilidade e bom senso, fará com que todos, ciclistas e peões, possam, por vezes, ocupar os mesmos espaços.
    Boas pedaladas e… boas caminhadas…!

  16. Gonçalo Peres diz:

    No princípio, por ignorância e medo, também cometia o erro de circular em alguns passeios. Hoje praticamente só ando na estrada. A excepção é quando ando com os meus filhos, não em passeios, mas por grandes zonas mistas pedonais, com “ciclo-coisas” à mistura, marcadas por taxas no chão. Nessas situações reduzo sempre a velocidade, não uso a campainha para alertar (assustar) os peões, preferindo esperar pacientemente atrás, mantendo sempre uma distância de cortesia e quando me cruzo com peões afasto-me o mais possível, para evitar tangentes. Quando vejo crianças e os pais preocupados a chamar os filhos por causa das bicicletas, digo sempre para os deixarem brincar à vontade, que quem tem de ter cuidado sou eu e não os pequenos. E insisto várias vezes com o meus filho mais velho (6 anos), que já pedala sozinho, para respeitar sempre os peões e estas regras de civismo e bom senso.

    • Andre diz:

      Impecável, Gonçalo. É de ciclistas assim que precisamos. Confesso que ainda recorro vezes de mais ao passeio quando ando com o miúdo à pendura. Mas entre carris de elétrico, empedrados e buracos de meter medo e automobilistas cheios de pressa, ainda não consigo sentir-me confortável nalgumas estradas.

  17. João Pimentel diz:

    Excelente resposta da MUBi. Os passeios são para os peões, as bicicletas são na estrada!

  18. Nelson diz:

    Uma boa troca de emails, nomeadamente a respsta dada.

    Somente peço moderação pelo termo de “terrorismo” à amiga Elisa, mesmo sabendo que muitos ciclistas em passeio parecem autenticos misseis prontos a causar graves danos em alguém.

    Espero que o dia chegue rápido para todos estejamos felizes, todos juntos, sem ciclistas em passeios, peões nas ciclovias e respeito dos automobilistas.

    Continuação de um bom trabalho!

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