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Dois anos depois da revisão do Código da Estrada é altura de fazer um breve balanço. Apesar das alterações francamente positivas introduzidas no Código da Estrada estas continuam a ser violadas quotidianamente nas ruas e estradas de Portugal. A MUBi em conjunto com a Federação Portuguesa de Ciclismo (ambos membros da Estrada Viva) decidiu lançar uma petição para apelar as entidades competentes para que seja mais seguro pedalar em Portugal.

 

Petição: Pelo Direito a Pedalar em Segurança

 

 

Bicihome-Señal

6 Responses to Petição: Pelo Direito a Pedalar em Segurança

  1. LUIS B. diz:

    Caros Miguel e Fernando,
    caso se dêem ao trabalho de consultar várias notícias neste site com os respectivos comentários, verificam que os elementos que integram a direcção ou o núcleo desta associação, esquivam-se ou recusam-se sistematicamente nas suas respostas, a admitir aquilo que está obviamente mal pensado e inscrito no Código da Estrada. E argumentam – repetindo à exaustão os mesmos chavões – a favor do que propuseram ou apoiaram na revisão do Código, ainda que os factos demonstrem que em Portugal a coisa foi feita de forma atabalhoada.
    Compreende-se que queiram manter coerência, mas quando o espírito de militância se sobrepõe à razão, torna-se numa espécie de cruzada contra os infiéis que, num espírito construtivo, não hesitam em apontar o que está mal, com o objectivo de melhorar a vida de todos os utentes da via pública em Portugal.

  2. LUIS B. diz:

    Como sabem, embora poucas vezes se fale nisso, na tão exemplar Holanda há exame de condução para ciclistas. Todos os anos jovens adolescentes lá vão de colete numerado fazer uma prova prática de condução de alguns quilómetros, onde o seu comportamento é avaliado e pontuado em rectas, esquinas e cruzamentos. Isto depois de uma prova escrita. E todos os anos são uns 150.000 ou mais, com cerca de 12 anos, a fazer o tal exame. Mas a aprendizagem começa bem mais cedo, logo nos primeiros anos de escola, onde existem percursos que simulam as vias urbanas, com peões, carros, semáforos… Aprendem a ter um comportamento cívico e só depois se metem à estrada, de bicicleta.
    Apesar disso, também se vêem aceleras a reclamar quando um ciclista mais velho ou mais lento lhes atrapalha a correria e há abalroamentos de todos os géneros entre ciclistas e entre ciclistas e peões! Tal como há ruas com buracos, carros em carga-descarga sobre ciclovias… Ou seja, nem tudo é como parece nalgumas fotos, ou nos comentários de alguns ciclo-jihadistas.
    Em Portugal avançámos com uma revisão do Código, tentando ganhar tempo e apanhar o pelotão da frente, queimando porém uma etapa: a da educação. Como não há milagres, o resultado não poderá ser o melhor, nem sequer o desejável. Vamos esfolar muito joelho e levar com retrovisores nos rins, até que todos aprendam a comportar-se. Vai demorar uma geração, pelo menos.
    Resta-nos esperar que nas duas ou três décadas que temos pela frente, o número de feridos graves e de mortos não sirva para justificar um retrocesso da legislação.
    Que se fiscalize o cumprimento do Código por todos os utentes da via pública, traz associada com certeza uma componente didática. É bem vinda.
    Mas há ‘questões’ bem ‘questionáveis’ no novo Código… Não me parece justificável, nem sequer lógico, que eu possa ir ao ritmo das minhas pernas numa zona de traço contínuo, enquanto uma fila de carros se forma nas minhas costas caminhando a 20 à hora para não infringir o Código. Tal como nunca me verão a par de outro ciclista, a meio de uma curva fechada (cabe ao ciclista decidir o que é ‘uma via de reduzida visibilidade’?!), prontinhos a ser atirados pelos ares por um carro que vindo de trás segue legal e prudentemente a 50 num troço em que a velocidade máxima permitida é, por exemplo, de 70 km/h. Que eu e outros como eu, adaptem o comportamento ao que nos parece ser racional e defensivo, está logicamente a acontecer. Só que essas, entre várias outras, são situações que não deveriam ser deixadas ao critério e consciência de cada ciclista, mas sim constar preto no branco no novo Código.

    • RF diz:

      “Que se fiscalize o cumprimento do Código por todos os utentes da via pública, traz associada com certeza uma componente didática.”
      Refere muito bem que, na Holanda, também há prevaricadores. Mas, a grande diferença entre cá e lá é que, por cá, o prevaricador passa frequentemente impune. A fiscalização em Portugal é feita com a tradicional palmadinha nas costas e, por isso, matar alguém com um automóvel continua a ser um “ganda azar”.

      “Não me parece justificável, nem sequer lógico, que eu possa ir ao ritmo das minhas pernas numa zona de traço contínuo, enquanto uma fila de carros se forma nas minhas costas caminhando a 20 à hora para não infringir o Código”
      Não é justificável porquê? Se for uma zona urbana, é desejável que as velocidades dos automóveis sejam mais baixas. Se for numa estrada aberta, talvez o que seja necessário é criar uma alternativa segregada para quem se desloca de bicicleta.

      “Tal como nunca me verão a par de outro ciclista, a meio de uma curva fechada (cabe ao ciclista decidir o que é ‘uma via de reduzida visibilidade’?!), prontinhos a ser atirados pelos ares por um carro que vindo de trás segue legal e prudentemente a 50 num troço em que a velocidade máxima permitida é, por exemplo, de 70 km/h”. Também está escrito no código, e há muito mais tempo, que cada condutor deve adaptar a sua condução às condições da estrada. Significa, entre outras coisas, que a velocidade a que circula deve SEMPRE permitir que ele seja capaz de parar o carro antes de colidir com algum obstáculo inesperado que lhe surja. Nessa curva apertada, mesmo que erradamente a sinalização permita 70km/h, a velocidade segura poderá ser inferior a 50km/h. Além disso, quando a par, os ciclistas tornam-se mais visíveis e, consequentemente, estarão mais seguros. É que, um dia, pode ser um par de ciclistas que circula a par, mas no outro dia pode ser um obstáculo mais sólido na estrada e, nesse caso, o mexilhão é o automobilista…

      Há muitos pontos onde o actual CE ainda poderá ser melhorado. No entanto, foi um salto enorme para proteger os utilizadores vulneráveis. Eventuais situações em que possam surgir conflitos não motivam um retrocesso na legislação, mas mais medidas que protejam quem se desloca de bicicleta ou a pé, e evitem e punam severamente os abusos dos condutores de veículos motorizados.

  3. Miguel Leitão diz:

    Atendendo à largura das nossas estradas só por milagre se pode respeitar o 1.5m. Pelo mesmo motivo andar a par é ilógico.Obrigar os motorizados a andar a 20 km/h também não parece ser a melhor solução.
    Criem ciclovias.O prazer de andar de bicicleta não pode condicionar o direito de utilização da via por todos.

    • Miguel Leitão,

      1.5 m é a distância necessária para o caso do ciclista tombar, não ficar debaixo das rodas do seu carro. Gostaríamos de acreditar que não coloca a sua pressa de chegar uns minutos mais cedo ao seu destino acima de uma vida humana. Se ler atentamente a petição e o Código da Estrada perceberá que não só tem que deixar 1.5 m mas também passar para a via adjacente quando ultrapassa o ciclista. Assim sendo, os ciclistas pedalarem a par ou não é irrelevante na grande maioria das ocasiões – terá sempre que ocupar a via adjacente (o que se for bom condutor temos a certeza que já o faz).

      • Fernando Ferreira diz:

        Só hoje li estes comentários e concordo mais com o Miguel Leitão, pois de certa maneira alguns ciclistas andam a par e já me aconteceu na marginal para Cascais (2 vias) ao afastar-me 1,5 m deles para ultrapassa-los, entrar com parte do carro na faixa contrária pisando o risco contínuo. Isso aconteceu porque eles tinham uma distância grande (lado a lado) entre eles e mantiveram-se assim obrigando a fazer a manobra perigosa. Também tenho queijas sobre certos ciclistas circularem em cima de passeios não respeitando os peões. No espaço de um mês entre o Hospital Egas Moniz e Belém tive de sair do passeio para a rua pois esses senhores ocupavam o passeio a par obrigando as pessoas a ir para a rua. Esta situação já me aconteceu pelo menos 3 vezes sendo hoje de manhã a última vez, quando regressava do hospital. Acho que como na Holanda os ciclistas deveriam no mínimo fazer um exame de código e um exame de condução (não para saber se sabem andar de bicicleta), mas para ver o seu comportamento na estrada. Não entendo como é possível conduzirmos numa estrada sem sabermos o código de condução, pois não o conhecendo e só têm conhecimento do mesmo pela comunicação social e apenas as regras que foram alteradas(e bem). Este meu comentário vem porque precisava de relatar as situações que eu passei como peão.

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