A MUBi promoveu esta quinta-feira, dia 2 de Setembro, uma conversa/debate entre especialistas de Planeamento, Urbanismo e Segurança Rodoviária, um evento associado ao Manifesto “Cidades Vivas”.

Esta conversa, que foi gravada para posterior divulgação, reuniu Patrícia Melo, Economista e Prof. Associada do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade de Lisboa, David Vale, Geógrafo e Prof. Associado da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa e Mário Alves, Engenheiro e Especialista em Transportes e Mobilidade, e contou com a moderação de José Carlos Barreto, jornalista e membro da associação Cabra Coxa.

O Manifesto “Cidades Vivas” destina-se a influenciar os programas eleitorais das candidaturas das Eleições Autárquicas 2021 e foi lançado em Junho deste ano pela MUBi com o apoio da Estrada Viva, European Cyclists’ Federation e International Federation of Pedestrians. Neste documento é apresentada a visão de cidades mais saudáveis, seguras, resilientes e sustentáveis, que põem a mobilidade activa – incluindo a bicicleta – no topo da pirâmide da mobilidade, e são propostas 10 medidas prioritárias para alcançar esse objectivo no âmbito da administração local.

Desde Junho, a associação iniciou uma ronda de contactos com as forças políticas candidatas às eleições autárquicas e, em paralelo, lançou um questionário aos candidatos às Câmaras Municipais de Aveiro, Braga, Faro, Lisboa, Porto e Setúbal que terá resultados publicados a partir da próxima semana. (entre 6 a 12 de Setembro).

COMUNICADO

A presente década será marcada por uma profunda redefinição da mobilidade nas cidades portuguesas. As prioridades do século XX ou das duas primeiras décadas deste século já não se aplicam ao Portugal de hoje, e as pessoas exigem agora, mais do que nunca, lugares mais verdes, seguros e saudáveis para viver.

A par de outros factores, a qualidade de vida nas cidades e municípios pode ser medida pela quantidade e diversidade de espaços verdes e pela qualidade de permanência e uso dos espaços públicos. Especialmente nas zonas urbanas mais densas, a pandemia veio mais uma vez demonstrar a importância do espaço público como local de actividade física, fruição e relaxamento, e o valor que a proximidade às funções sociais essenciais tem para a resiliência das comunidades. 

Os centros urbanos são responsáveis por 70% das emissões de gases com efeito de estufa e o transporte rodoviário é a principal causa da poluição do ar nas cidades. Os compromissos e metas climáticas para esta década colocam, por isso, uma enorme exigência às áreas urbanas. A União Europeia pretende apoiar 100 cidades europeias na sua transformação sistémica para a neutralidade climática até 2030.

As Eleições Autárquicas de 2021 representam uma oportunidade para os municípios portugueses assumirem um amplo e firme compromisso por uma mudança de paradigma nas políticas urbanísticas e de mobilidade, priorizando as deslocações a pé e em bicicleta, o transporte público e os sistemas de mobilidade partilhada, em detrimento da utilização do automóvel individual.

Artigo de Opinião sobre o Manifesto no Jornal “Público”

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