Professional Work and Movement

INTRO

local: Budapeste

datas: 17 a 21 de Abril 2013

participantes

Asociatia MaiMultVerde – Roménia – 2 representantes

Auto*Mat – República Checa – 2 representantes

Dublin Cycling Campaign – República da Irlanda – 4 representantes

Fondaciq EkoObshtnost – Bulgaria – 1 representante

Frie Fugle – Dinamarca – 2 representantes

Hungarian Cyclists Club – Hungria – 2 representantes

Mariborska kolesarska mreža – Eslovénia – 2 representantes

MUBi – Portugal – 2 representantes

Radlobby IG Fahrrad – Austria – 4 representantes

Zielone Mazowsze – Polónia – 3 representantes

Resumo / agenda / programa de actividades

dia 0 – check-in

dia 1
– 09:00 > 12:00 registo, discussões várias, discussão sobre o projecto
– 13:30 > 17:30 apresentações várias sobre temas variados

dia 2
– 09:00 > 12:00 tour de visita a diversas infra-estruturas da cidade
– 13:30 > 17:30 apresentações de várias movimentos cívicos

dia 3
– Massa crítica de Budapeste

dia 4
– passeio a Szentendre, vila histórica a 20 kms a norte de Budapeste, sobre o Danúbio

dia 0 – Quarta-feira, 17 de Abril, 2013

Dia de check-in. A maior parte dos participantes ficou alojada na mesma hostal, numa zona muito central de Pest, o lado oriental da cidade. Era um antigo hotel de 4 estrelas que foi convertido para este tipo de alojamento mais em conta, e com grande procura nos dias de hoje. Ficava também a umas escassas centenas de metros do local da reunião, bem como de uma das principais praças da cidade, foco de eventos culturais e recreativos.

A pouco e pouco, foram chegando alguns dos representantes das várias associações que iriam compor mais este encontro do VoCA. Foi altura de se fazerem algumas apresentações, rever caras conhecidas e comparar notas sobre expectativas e primeiras impressões. Naturalmente, a associação anfitriã, o MKK, também destacou um colaborador para nos acolher. Os participantes que já estavam presentes foram jantar num local próximo da hostal, numa zona totalmente pedonal, com muitos bares e restaurantes.

Ao fazer o percurso de autocarro entre o aeroporto e o centro da cidade, a primeira impressão que temos desta cidade é que há imenso trânsito. Avenidas enormes propiciam a utilização intensiva do automóvel que, por vezes, circulam a velocidades elevadas.

Ao aproximarmo-nos do centro, não podemos deixar de ficar surpreendidos pelo bom estado geral de conservação dos edifícios, sobretudo se considerarmos que se trata de uma cidade que foi, durante décadas, em vários períodos da sua história, palco de guerras altamente destruidoras.

Numa segunda observação, durante os dias da visita, reparámos que nos principais eixos da cidade, muitas destas avenidas estão equipadas com ciclovias, mais ou menos segregadas, que encorajam a utilização da bicicleta nas deslocações quotidianas. Assim, ao rebentar da primavera, as bicicletas eram aos milhares! De dia e de noite, em deslocações de trabalho ou de lazer, a bicicleta é o meio de transporte de muita gente.

fotografias

Professional Work and Movement

 

INTRO

local: Budapeste

datas: 17 a 21 de Abril 2013

participantes

Asociatia MaiMultVerde – Roménia – 2 representantes

Auto*Mat – República Checa – 2 representantes

Dublin Cycling Campaign – República da Irlanda – 4 representantes

Fondaciq EkoObshtnost – Bulgaria – 1 representante

Frie Fugle – Dinamarca – 2 representantes

Hungarian Cyclists Club – Hungria – 2 representantes

Mariborska kolesarska mreža – Eslovénia – 2 representantes

MUBi – Portugal – 2 representantes

Radlobby IG Fahrrad – Austria – 4 representantes

Zielone Mazowsze – Polónia – 3 representantes

Resumo / agenda / programa de actividades

dia 0 – check-in

dia 1
– 09:00 > 12:00 registo, discussões várias, discussão sobre o projecto
– 13:30 > 17:30 apresentações várias sobre temas variados

dia 2
– 09:00 > 12:00 tour de visita a diversas infra-estruturas da cidade
– 13:30 > 17:30 apresentações de várias movimentos cívicos

dia 3
– Massa crítica de Budapeste

dia 4
– passeio a Szentendre, vila histórica a 20 kms a norte de Budapeste, sobre o Danúbio

dia 0 – Quarta-feira, 17 de Abril, 2013

Dia de check-in. A maior parte dos participantes ficou alojada na mesma hostal, numa zona muito central de Pest, o lado oriental da cidade. Era um antigo hotel de 4 estrelas que foi convertido para este tipo de alojamento mais em conta, e com grande procura nos dias de hoje. Ficava também a umas escassas centenas de metros do local da reunião, bem como de uma das principais praças da cidade, foco de eventos culturais e recreativos.

A pouco e pouco, foram chegando alguns dos representantes das várias associações que iriam compor mais este encontro do VoCA. Foi altura de se fazerem algumas apresentações, rever caras conhecidas e comparar notas sobre expectativas e primeiras impressões. Naturalmente, a associação anfitriã, o MKK, também destacou um colaborador para nos acolher. Os participantes que já estavam presentes foram jantar num local próximo da hostal, numa zona totalmente pedonal, com muitos bares e restaurantes.

Ao fazer o percurso de autocarro entre o aeroporto e o centro da cidade, a primeira impressão que temos desta cidade é que há imenso trânsito. Avenidas enormes propiciam a utilização intensiva do automóvel que, por vezes, circulam a velocidades elevadas.

Ao aproximarmo-nos do centro, não podemos deixar de ficar surpreendidos pelo bom estado geral de conservação dos edifícios, sobretudo se considerarmos que se trata de uma cidade que foi, durante décadas, em vários períodos da sua história, palco de guerras altamente destruidoras.

Numa segunda observação, durante os dias da visita, reparámos que nos principais eixos da cidade, muitas destas avenidas estão equipadas com ciclovias, mais ou menos segregadas, que encorajam a utilização da bicicleta nas deslocações quotidianas. Assim, ao rebentar da primavera, as bicicletas eram aos milhares! De dia e de noite, em deslocações de trabalho ou de lazer, a bicicleta é o meio de transporte de muita gente.

fotografias

 

dia 1 – Quinta-feira, 18 de Abril, 2013

O primeiro dia de trabalho efectivo começou com o registo dos participantes e outras formalidades rapidamente despachadas. Foi também ocasião da equipa anfitriã se apresentar e resumir o programa para os 4 dias do evento.

Seguiu-se uma sessão de perguntas e respostas de um jornalista do Hungarian Sunday News (Vasárnapi Hírek) ao grupo, abordando as mudanças que se têm observado, não só em Budapeste, mas um pouco por toda a Europa, na utilização da bicicleta como meio de transporte. A referência a essa sessão está aqui (em húngaro): http://www.vasarnapihirek.hu/izles/futartol_a_bankarig_erosodo_bringakultura.

O resto da manhã foi completado com a abordagem a vários temas de gestão do projecto: utilização da European Shared Treasure (EST) database, bem como algumas das tarefas a executar até à conclusão do projecto.

Depois de um almoço informal de comida tradicional, num pequeno restaurante local, a tarde foi preenchida com intervenções de alguns dos participantes no encontro, seja dentro do tema, seja com apresentações de algumas ideias de projectos locais.

Antes do jantar, ainda houve tempo para uma visita a uma pequena loja de bicicletas, com artigos muito originais que evidenciavam o vigor do comércio tradicional no meio ciclístico.

Após o jantar, foi possível fazer uma curta volta para ajudar à digestão, e uma primeira vista de um dos grandes símbolos desta cidade: o Danúbio. Curiosamente, numa cidade com tanto turismo, e sendo o rio uma grande atracção, não há muitos pontos onde seja possível apreciar a verdadeira beleza deste elemento. Quase todas as margens são preenchidas por mais avenidas de trânsito intenso e rápido, mantendo peões e ciclistas afastados.

apresentações
develpoment_of_biking_in_budapest.pdf
movement_and_professional_work_-_bucharest.ppt
voca_dublin_movement_vs_professional_work.pdf
voca_dublin_cycle_network_review.pdf
bikesuggestionbox.pdf
foreningen_frie_fugle.pdf
raiders_of_the_lost_velostrada.ppt

fotografias

links
http://www.vasarnapihirek.hu/izles/futartol_a_bankarig_erosodo_bringakultura

dia 2 – Sexta-feira, 19 de Abril, 2013

O segundo dia do encontro começou com uma visita, guiada por um engenheiro de tráfego e consultor, a alguns locais de interesse, em ambas as margens do rio. Foi possível observar os equipamentos de que a cidade dispõe, que têm contribuído para um crescimento exponencial do número de utilizadores de bicicleta.

Não sendo uma rede perfeita, é impossível não fazer a comparação com as infra-estruturas existentes em Lisboa. As da nossa cidade são maioritariamente orientadas para uma utilização de lazer, não formando verdadeiramente uma rede que permita a qualquer pessoa ir do ponto A ao ponto B, dentro da cidade. Em Budapeste, existe uma rede de ciclovias, e/ou vias assinaladas como partilhadas, que convidam qualquer tipo de utilizador a percorrer a cidade em bicicleta. As falhas de maior relevo encontram-se em algumas travessias do rio, em que é necessário partilhar o espaço escasso com peões.

É de destacar, também, a existência de alguns contadores em pontos chave da cidade. Ao contrário de Lisboa, onde é difícil avaliar a evolução da situação, com exactidão e rigor, em Budapeste, estes contadores vão fornecendo dados concretos, que permitem uma avaliação real do impacto que as diferentes medidas implementadas vão tendo. Por exemplo, se houver uma rua fechada ao trânsito automóvel, é possível medir-se o efeito que essa medida teve no número de ciclistas a circularem nas proximidades.

Durante o almoço, pudemos ouvir uma das responsáveis do planeamento da rede ciclável, da Câmara Municipal de Budapeste, Virág Kovács, a explicar-nos como tem vindo a ser desenvolvido este trabalho, desde a idealização do conceito, até à articulação com os outros agentes, tais como operadores de transportes públicos, responsáveis pelo tráfego automóvel, etc.

Durante a tarde deste dia, houve lugar à apresentação de vários projectos locais em que a bicicleta é o denominador comum. Entre eles, o mentor do movimento Cycle Chic em Budapeste ou um dos fundadores da grande Massa Crítica de Budapeste.

À noite, o jantar foi num palacete de aspecto decrépito, mas cheio de charme, ainda com marcas de combates de guerras passadas, convertido em centro de eventos culturais. Num ambiente sofisticado e cosmopolita, o jantar foi acompanhado de entrevistas informais a individualidades tão díspares como o presidente demissionário do MKK, e um dos organizadores da grande Massa Crítica de Budapeste, ou a um par de jovens artistas oriundos de Berlim.

Como o dia seguinte não ia começar muito cedo, uma boa parte do grupo ainda desceu às catacumbas de um bar de música ao vivo para um animado concerto de uma pequena banda local, e algum convívio divertido e descontraído.

fotografias

links
http://mindspace.hu/en/about-us
https://www.facebook.com/CMHungary?ref=ts&fref=ts
https://www.facebook.com/Bringakonyha?ref=ts&fref=ts
https://www.facebook.com/budapestbikemaffia/info

dia 3 – Sábado, 20 de Abril, 2013

Sábado era o dia do grande evento, em função do qual fora marcada a data do encontro, e que era motivo de grande interesse: a grande Massa Crítica de Budapeste. A última.

Além da Massa Crítica propriamente dita, que decorreria durante a tarde, diversos eventos satélite preencheram a agenda: o lançamento do bike to work, uma celebração da chegada da primavera (apenas duas semanas antes, ainda nevava), e outros. Houve oportunidade de experimentar umas bicicletas reclinadas equipadas de um sistema pedelec, as crianças mais pequenas tinham uma pista onde podiam aprender a andar de bicicleta, representações de associações ambientalistas e instituições associadas à bicicleta, etc.

O almoço decorreu na ilha de Margarida, no centro do Danúbio e mesmo em frente ao local onde iria começar a Massa Crítica. É um parque recreativo, com restaurantes, feiras e animações várias para onde convergem muitos dos habitantes de Budapeste, de forma a escaparem ao bulício do resto da cidade. Foi a ocasião escolhida pela organização para encerramento do evento e atribuição dos respectivos certificados.

A Massa Crítica de Budapeste distingue-se da de Lisboa por dois motivos principais: a sua periodicidade e o número de participantes. Além disso, a que aconteceu em Abril foi a última. Aliás, essa era a grande pergunta durante as semanas que a antecederam. Porquê a última?

Tivemos oportunidade de ouvir da boca dos organizadores e fundadores algumas das explicações. Apesar de ser um evento bi-anual, e não mensal, trata-se de uma logística hercúlea ter muitas dezenas de milhares de pessoas a atravessarem, em pelotão, várias artérias da cidade. Na fase em que se encontra a cidade de Budapeste, em termos de utilização da bicicleta como meio de transporte, deixou de fazer sentido a alocação de tantos recursos, sobretudo humanos, num evento que já cumpriu o seu objectivo. De facto, pudemos observar que Budapeste já tem uma massa crítica de utilizadores diários da bicicleta e, em muitos locais da cidade, estas já fazem parte da paisagem.

Para dar uma ideia do que se trata esta grande Massa Crítica de Budapeste, alguns números oficiosos do evento em que participámos:

– 100.000 participantes

– 300 voluntários

– 12 kms de pelotão

Tanto Lisboa como Budapeste têm um relevo com alguns desafios. No lado ocidental de Buda, algumas rampas são um desafio tão grande como a subida ao Castelo de S. Jorge. Em termos de população, Budapeste tem uma distribuição mais equilibrada dos seus habitantes entre centro da cidade e subúrbios mas, considerando as duas áreas metropolitanas, as dimensões são semelhantes. Porém, esta Massa Crítica tem uma escala difícil de imaginar quando se vem de Lisboa.

A partida é feita a um ritmo tão lento que, durante o primeiro quilómetro, é mais fácil seguir apeado. A animação é constante, pois é uma ocasião para grupos de cidadãos mostrarem as suas bicicletas fantasistas, artistas tocarem as suas músicas, etc. Milhares de pessoas, novos, velhos, homens e mulheres, sozinhos (não muito) ou acompanhados, famílias com bebés e crianças pequenas conversam, observam e gozam este ambiente de festa.

É também uma oportunidade, quase única, para pedalar junto ao Danúbio sem ser importunado por automóveis apressados. A certa altura, ainda a vários quilómetros da ponte que nos permitiria passar da margem esquerda para a margem direita, já vemos a cabeça do pelotão com vários quilómetros de avanço! Imaginem a massa crítica de Lisboa a preencher a distância que separa o Saldanha do Campo Grande.

Passamos em frente ao majestoso parlamento Húngaro, atravessamos o rio, subimos por túnel que atravessa uma das muitas colinas do lado ocidental da cidade, ao som estridente e ensurdecedor de milhares de campainhas e assobios. Damos mais umas voltas, atravessamos o rio de regresso à planície de Peste e aproximamo-nos do parque que irá acolher todo o pelotão.

Mais algumas palavras dos organizadores, por entre muita música, e chega o tão esperado momento, símbolo deste movimento um pouco por todo o mundo: o erguer da bicicleta. Milhares de bicicletas ao alto, sobre as cabeças, formando uma floresta de aros e raios. É um momento solene, emocionante, de congregação de uma enorme variedade de indivíduos para um gesto único.

A pouco e pouco, a multidão foi-se dispersando, o grupo do VoCA concentra-se e rumámos para o centro da cidade, para assistir ao desfilo do Cycle Chic Budapest. Seguiu-se mais um jantar de convívio, durante o qual pudemos trocar impressões e comparar experiências daquela tarde de sábado. Que momentos marcaram mais cada um e como podemos levar um pouco daquela experiência para casa.

fotografias

links
http://cyclechic.blog.hu/

dia 4 – Domingo, 21 de Abril, 2013

Domingo, tradicionalmente, nestes encontros do VoCA, foi sempre o dia para um passeio mais descontraído, eventualmente mais de contacto com a paisagem e a cidade, do que propriamente com a “cena” ciclística. Muitos dos participantes regressam durante este dia e, consequentemente, o grupo que participa nestes programas é mais reduzido.

Neste encontro, este dia foi reservado para uma visita à cidade de Szentendre (Santo André – http://pt.wikipedia.org/wiki/Szentendre), na margem direita do Danúbio, a cerca de 20kms a Norte de Budapeste.

Dois factores de interesse motivavam uma ida a este local. Por um lado, a própria cidade, com as suas casas bem cuidadas, vários museus, uma paisagem elevada sobre o rio, etc. Por outro lado, como em quase todos os trajectos em bicicleta, não se trata apenas de ir para algum lugar mas, sobretudo, de efectuar um percurso que culmina no destino pretendido.

Assim, para chegar a esta bonita cidade ribeirinha, percorremos parte da EuroVelo 6, rota que faz parte dessa rede europeia, e que atravessa o continente de Este para Oeste, entre o mar Negro e o oceano Atlântico. Embora estes percursos devam obedecer a determinados critérios de qualidade, traçado e serviços, verificámos que esta apresenta algumas deficiências. Em vários troços, entra em conflito com zonas de passeio e permanência de peões, e/ou apresenta um piso muito irregular.

Esta cidade também é servida por uma linha de caminho de ferro e, assim, foi possível que quem tivesse o seu voo de regresso marcado para a tarde, pudesse facilmente voltar para a Budapeste à hora de mais conveniência, sem ter de esperar pelo resto do grupo. Assim, almoçámos num restaurante previamente seleccionado pela organização, ao que se seguiu um passeio pelas ruas que serpenteiam pelas colinas acima, culminando num miradouro de onde se avistava a grande distância, para montante e jusante, o magnífico Danúbio.

O regresso foi feito a meio da tarde, sensivelmente pelo mesmo trajecto, com chegada a Budapeste ainda a tempo de jantar. Este ocorreu com apenas um número reduzido de participantes, que se juntaram a uns poucos membros da associação anfitriã, no mesmo parque onde terminara, no dia anterior, a última grande Massa Crítica de Budapeste.

fotografias

links
http://pt.wikipedia.org/wiki/Szentendre


The present material is produced with the European Union financial support and highlight only the view of the authors and thus, the European Commission is not responsible for any of the information contained within the present material.

dia 1 – Quinta-feira, 18 de Abril, 2013

O primeiro dia de trabalho efectivo começou com o registo dos participantes e outras formalidades rapidamente despachadas. Foi também ocasião da equipa anfitriã se apresentar e resumir o programa para os 4 dias do evento.

Seguiu-se uma sessão de perguntas e respostas de um jornalista do Hungarian Sunday News (Vasárnapi Hírek) ao grupo, abordando as mudanças que se têm observado, não só em Budapeste, mas um pouco por toda a Europa, na utilização da bicicleta como meio de transporte. A referência a essa sessão está aqui (em húngaro): http://www.vasarnapihirek.hu/izles/futartol_a_bankarig_erosodo_bringakultura.

O resto da manhã foi completado com a abordagem a vários temas de gestão do projecto: utilização da European Shared Treasure (EST) database, bem como algumas das tarefas a executar até à conclusão do projecto.

Depois de um almoço informal de comida tradicional, num pequeno restaurante local, a tarde foi preenchida com intervenções de alguns dos participantes no encontro, seja dentro do tema, seja com apresentações de algumas ideias de projectos locais.

Antes do jantar, ainda houve tempo para uma visita a uma pequena loja de bicicletas, com artigos muito originais que evidenciavam o vigor do comércio tradicional no meio ciclístico.

Após o jantar, foi possível fazer uma curta volta para ajudar à digestão, e uma primeira vista de um dos grandes símbolos desta cidade: o Danúbio. Curiosamente, numa cidade com tanto turismo, e sendo o rio uma grande atracção, não há muitos pontos onde seja possível apreciar a verdadeira beleza deste elemento. Quase todas as margens são preenchidas por mais avenidas de trânsito intenso e rápido, mantendo peões e ciclistas afastados.

apresentações
develpoment_of_biking_in_budapest.pdf
movement_and_professional_work_-_bucharest.ppt
voca_dublin_movement_vs_professional_work.pdf
voca_dublin_cycle_network_review.pdf
bikesuggestionbox.pdf
foreningen_frie_fugle.pdf
raiders_of_the_lost_velostrada.ppt

fotografias

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dia 2 – Sexta-feira, 19 de Abril, 2013

O segundo dia do encontro começou com uma visita, guiada por um engenheiro de tráfego e consultor, a alguns locais de interesse, em ambas as margens do rio. Foi possível observar os equipamentos de que a cidade dispõe, que têm contribuído para um crescimento exponencial do número de utilizadores de bicicleta.

Não sendo uma rede perfeita, é impossível não fazer a comparação com as infra-estruturas existentes em Lisboa. As da nossa cidade são maioritariamente orientadas para uma utilização de lazer, não formando verdadeiramente uma rede que permita a qualquer pessoa ir do ponto A ao ponto B, dentro da cidade. Em Budapeste, existe uma rede de ciclovias, e/ou vias assinaladas como partilhadas, que convidam qualquer tipo de utilizador a percorrer a cidade em bicicleta. As falhas de maior relevo encontram-se em algumas travessias do rio, em que é necessário partilhar o espaço escasso com peões.

É de destacar, também, a existência de alguns contadores em pontos chave da cidade. Ao contrário de Lisboa, onde é difícil avaliar a evolução da situação, com exactidão e rigor, em Budapeste, estes contadores vão fornecendo dados concretos, que permitem uma avaliação real do impacto que as diferentes medidas implementadas vão tendo. Por exemplo, se houver uma rua fechada ao trânsito automóvel, é possível medir-se o efeito que essa medida teve no número de ciclistas a circularem nas proximidades.

Durante o almoço, pudemos ouvir uma das responsáveis do planeamento da rede ciclável, da Câmara Municipal de Budapeste, Virág Kovács, a explicar-nos como tem vindo a ser desenvolvido este trabalho, desde a idealização do conceito, até à articulação com os outros agentes, tais como operadores de transportes públicos, responsáveis pelo tráfego automóvel, etc.

Durante a tarde deste dia, houve lugar à apresentação de vários projectos locais em que a bicicleta é o denominador comum. Entre eles, o mentor do movimento Cycle Chic em Budapeste ou um dos fundadores da grande Massa Crítica de Budapeste.

À noite, o jantar foi num palacete de aspecto decrépito, mas cheio de charme, ainda com marcas de combates de guerras passadas, convertido em centro de eventos culturais. Num ambiente sofisticado e cosmopolita, o jantar foi acompanhado de entrevistas informais a individualidades tão díspares como o presidente demissionário do MKK, e um dos organizadores da grande Massa Crítica de Budapeste, ou a um par de jovens artistas oriundos de Berlim.

Como o dia seguinte não ia começar muito cedo, uma boa parte do grupo ainda desceu às catacumbas de um bar de música ao vivo para um animado concerto de uma pequena banda local, e algum convívio divertido e descontraído.

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dia 3 – Sábado, 20 de Abril, 2013

Sábado era o dia do grande evento, em função do qual fora marcada a data do encontro, e que era motivo de grande interesse: a grande Massa Crítica de Budapeste. A última.

Além da Massa Crítica propriamente dita, que decorreria durante a tarde, diversos eventos satélite preencheram a agenda: o lançamento do bike to work, uma celebração da chegada da primavera (apenas duas semanas antes, ainda nevava), e outros. Houve oportunidade de experimentar umas bicicletas reclinadas equipadas de um sistema pedelec, as crianças mais pequenas tinham uma pista onde podiam aprender a andar de bicicleta, representações de associações ambientalistas e instituições associadas à bicicleta, etc.

O almoço decorreu na ilha de Margarida, no centro do Danúbio e mesmo em frente ao local onde iria começar a Massa Crítica. É um parque recreativo, com restaurantes, feiras e animações várias para onde convergem muitos dos habitantes de Budapeste, de forma a escaparem ao bulício do resto da cidade. Foi a ocasião escolhida pela organização para encerramento do evento e atribuição dos respectivos certificados.

A Massa Crítica de Budapeste distingue-se da de Lisboa por dois motivos principais: a sua periodicidade e o número de participantes. Além disso, a que aconteceu em Abril foi a última. Aliás, essa era a grande pergunta durante as semanas que a antecederam. Porquê a última?

Tivemos oportunidade de ouvir da boca dos organizadores e fundadores algumas das explicações. Apesar de ser um evento bi-anual, e não mensal, trata-se de uma logística hercúlea ter muitas dezenas de milhares de pessoas a atravessarem, em pelotão, várias artérias da cidade. Na fase em que se encontra a cidade de Budapeste, em termos de utilização da bicicleta como meio de transporte, deixou de fazer sentido a alocação de tantos recursos, sobretudo humanos, num evento que já cumpriu o seu objectivo. De facto, pudemos observar que Budapeste já tem uma massa crítica de utilizadores diários da bicicleta e, em muitos locais da cidade, estas já fazem parte da paisagem.

Para dar uma ideia do que se trata esta grande Massa Crítica de Budapeste, alguns números oficiosos do evento em que participámos:

– 100.000 participantes

– 300 voluntários

– 12 kms de pelotão

Tanto Lisboa como Budapeste têm um relevo com alguns desafios. No lado ocidental de Buda, algumas rampas são um desafio tão grande como a subida ao Castelo de S. Jorge. Em termos de população, Budapeste tem uma distribuição mais equilibrada dos seus habitantes entre centro da cidade e subúrbios mas, considerando as duas áreas metropolitanas, as dimensões são semelhantes. Porém, esta Massa Crítica tem uma escala difícil de imaginar quando se vem de Lisboa.

A partida é feita a um ritmo tão lento que, durante o primeiro quilómetro, é mais fácil seguir apeado. A animação é constante, pois é uma ocasião para grupos de cidadãos mostrarem as suas bicicletas fantasistas, artistas tocarem as suas músicas, etc. Milhares de pessoas, novos, velhos, homens e mulheres, sozinhos (não muito) ou acompanhados, famílias com bebés e crianças pequenas conversam, observam e gozam este ambiente de festa.

É também uma oportunidade, quase única, para pedalar junto ao Danúbio sem ser importunado por automóveis apressados. A certa altura, ainda a vários quilómetros da ponte que nos permitiria passar da margem esquerda para a margem direita, já vemos a cabeça do pelotão com vários quilómetros de avanço! Imaginem a massa crítica de Lisboa a preencher a distância que separa o Saldanha do Campo Grande.

Passamos em frente ao majestoso parlamento Húngaro, atravessamos o rio, subimos por túnel que atravessa uma das muitas colinas do lado ocidental da cidade, ao som estridente e ensurdecedor de milhares de campainhas e assobios. Damos mais umas voltas, atravessamos o rio de regresso à planície de Peste e aproximamo-nos do parque que irá acolher todo o pelotão.

Mais algumas palavras dos organizadores, por entre muita música, e chega o tão esperado momento, símbolo deste movimento um pouco por todo o mundo: o erguer da bicicleta. Milhares de bicicletas ao alto, sobre as cabeças, formando uma floresta de aros e raios. É um momento solene, emocionante, de congregação de uma enorme variedade de indivíduos para um gesto único.

A pouco e pouco, a multidão foi-se dispersando, o grupo do VoCA concentra-se e rumámos para o centro da cidade, para assistir ao desfilo do Cycle Chic Budapest. Seguiu-se mais um jantar de convívio, durante o qual pudemos trocar impressões e comparar experiências daquela tarde de sábado. Que momentos marcaram mais cada um e como podemos levar um pouco daquela experiência para casa.

fotografias

links
http://cyclechic.blog.hu/

dia 4 – Domingo, 21 de Abril, 2013

Domingo, tradicionalmente, nestes encontros do VoCA, foi sempre o dia para um passeio mais descontraído, eventualmente mais de contacto com a paisagem e a cidade, do que propriamente com a “cena” ciclística. Muitos dos participantes regressam durante este dia e, consequentemente, o grupo que participa nestes programas é mais reduzido.

Neste encontro, este dia foi reservado para uma visita à cidade de Szentendre (Santo André – http://pt.wikipedia.org/wiki/Szentendre), na margem direita do Danúbio, a cerca de 20kms a Norte de Budapeste.

Dois factores de interesse motivavam uma ida a este local. Por um lado, a própria cidade, com as suas casas bem cuidadas, vários museus, uma paisagem elevada sobre o rio, etc. Por outro lado, como em quase todos os trajectos em bicicleta, não se trata apenas de ir para algum lugar mas, sobretudo, de efectuar um percurso que culmina no destino pretendido.

Assim, para chegar a esta bonita cidade ribeirinha, percorremos parte da EuroVelo 6, rota que faz parte dessa rede europeia, e que atravessa o continente de Este para Oeste, entre o mar Negro e o oceano Atlântico. Embora estes percursos devam obedecer a determinados critérios de qualidade, traçado e serviços, verificámos que esta apresenta algumas deficiências. Em vários troços, entra em conflito com zonas de passeio e permanência de peões, e/ou apresenta um piso muito irregular.

Esta cidade também é servida por uma linha de caminho de ferro e, assim, foi possível que quem tivesse o seu voo de regresso marcado para a tarde, pudesse facilmente voltar para a Budapeste à hora de mais conveniência, sem ter de esperar pelo resto do grupo. Assim, almoçámos num restaurante previamente seleccionado pela organização, ao que se seguiu um passeio pelas ruas que serpenteiam pelas colinas acima, culminando num miradouro de onde se avistava a grande distância, para montante e jusante, o magnífico Danúbio.

O regresso foi feito a meio da tarde, sensivelmente pelo mesmo trajecto, com chegada a Budapeste ainda a tempo de jantar. Este ocorreu com apenas um número reduzido de participantes, que se juntaram a uns poucos membros da associação anfitriã, no mesmo parque onde terminara, no dia anterior, a última grande Massa Crítica de Budapeste.

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links
http://pt.wikipedia.org/wiki/Szentendre


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