O projecto Volunteers of Cycling Academy (VOCA) teve o seu 4º encontro em Dublin, Irlanda, de 21 a 24 de Junho de 2012, ao qual a MUBi enviou dois elementos, eu [Ana Pereira] e o Bruno [Santos].

Parte I

Dia 20 de Junho

Este foi o dia de boas-vindas.

Logo no aeroporto vimos a segregação dos ciclistas em vias estreitas pintadas nos passeios. Muito similar ao que se vê em Lisboa, com a excepção de que o nosso aeroporto nem pensou nos ciclistas, seja mal ou bem. Andámos um pouco e apanhámos um autocarro que nos levou até muito próximo do nosso destino. Isto foi a meio da tarde, cerca das 17h.

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A estrada que apanhámos tinha bastante movimento e as vias não eram muito largas, mas também não eram suficientemente estreitas para tornar mais simples a sua utilização de bicicleta. E aparentemente não há razão que justifique isto pois tem uma autoestrada ao lado. É como cá termos a Marginal cheia de carros quando a A5 está ali ao lado. Os automóveis sobrecarregam os únicos acessos rodoviários directos e não sobra alternativa atractiva para quem queira ir de bicicleta.

Ainda no aeroporto, aqui não faz sentido a segregação:

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Mas aqui faz (desde que bem feita, claro):

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Ao longo do percurso no autocarro vimos problemas familiares: pedestrinização dos ciclistas, ciclovias que acabam no nada:

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Ficámos de cabelos em pé com isto:

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Quem está dentro de uma carapaça de metal e plástico reserva-se quase maior distância aos autocarros do que aquela que é reservada para os ciclistas ocuparem…:

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Quando não dá mesmo na faixa de rodagem, passa para o passeio:

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Vimos caixas de paragem avançada para bicicletas, mas conjugadas com ciclovias, e ficámos a pensar como funcionariam se a lei deles fosse como a nossa [na altura], será que os ciclistas seguiriam as instruções da tinta, atravessando-se à frente dos automóveis para virar para a direita?…(!)

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Mas apesar destas condições boas para gente que goste de muita adrenalina e esteja 100 % desperta para todos os riscos a que a expõem, vimos imensas pessoas em bicicleta (e uma grande proporção de mulheres), quase todas reflectindo o paradigma vigente, mesmo quando não havia ciclovias pintadas na faixa de rodagem as pessoas circulavam perigosamente chegadas para a esquerda (a nossa direita) ou mesmo no passeio:

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Pelos vistos a malta de Dublin partilha muitos dos nossos problemas: os peões são secundarizados, os cócós dos cães são presença habitual nos passeios, o estacionamento ilegal é comum, e a mistura de peões e veículos (bicicletas) também.

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Esta era a rua do local do encontro, no Marino Conference CenterMuito verde, e o pavimento era amigável para caminhar:

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Mas as casas tinham 2 e 3 automóveis estacionados à entrada:

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A segregação dos ciclistas também se verificava nesta rua. Embora às horas de ponta possam servir de corredor reservado para as bicicletas, o que é bom, são demasiado estreitas e não têm margem de segurança face ao trânsito na via contígua ou aos carros estacionados.

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Peões misturados com veículos:

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Mesmo quando há espaço para fazer ciclovias com largura aceitável, não o fazem:

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Pontos positivos: alguns elementos de acalmia de tráfego:

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Aqui há uma forma simples e lógica de sair da faixa de rodagem e aceder à ciclovia (em cima do passeio, mas não é isso que interessa neste exemplo), não é preciso parar e galgar passeios, etc:

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O Marino Conference Center era bastante verde! 🙂

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Depois de instalados, fomos buscar as nossas biclas de aluguer para o encontro:

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E a seguir fomos visitar o Rothar, um centro comunitário com oficina, café, workshops, eventos, recuparação e reciclagem e revenda da bicicletas usadas, que visa formar e empregar pessoas com historiais desfavorecidos, evitar o desperdício de bicicletas, recuperando-as, salvando-as de irem para o lixo, e dinamizando o mercado de bicicletas em segunda mão.

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No R/C têm o café:

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E na cave está a oficina:

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Continue a ler a Parte II deste relato, que corresponde ao dia de trabalho oficial do encontro.

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