Mais uma morte de uma pessoa em bicicleta em Lisboa. Como sempre, tem um nome, tem familiares, colegas de trabalho e amigos que aqui ficam a perguntar: porquê?

Há quase dois anos exigimos um basta

Havia negligência política então e continuamos a assistir à negligência política agora. Ao longo dos anos fomos exigindo, alertando e recomendando, sem muitos resultados práticos.

Nas reuniões que a MUBi teve com este executivo, ficou claro que continuamos a marcar passo quanto às medidas necessárias para que todos tenhamos a segurança a que temos direito.

O Plano Municipal de Segurança Rodoviária continua por publicar. Mas não basta tirá-lo da gaveta, é urgente prosseguir o trabalho de participação que foi iniciado e começar, desde já, a tomar as medidas mais óbvias e inadiáveis. 

As intenções são adiadas para um Plano de Mobilidade Sustentável, cujo lançamento  congratulamos, mas sabemos que só terá algum impacto na segurança de todos daqui a dois anos — se formos optimistas.

Mas as boas intenções não bastam: é preciso agir! Já perdemos muitas décadas de hesitações e cobardia política. Não é possível continuarmos a adiar o inadiável.

Uma cidade que continua a privilegiar e a fomentar o uso do automóvel, que mantém vias que incitam velocidades assassinas e que não combate sistematicamente o excesso de velocidade com medidas de acalmia de tráfego, não pode demitir-se da sua responsabilidade.

Continuamos a aguardar que os planos da CML para a mobilidade de Lisboa não se fiquem por meras intenções de excelência e empurradas para a frente, ficando a faltar medidas corajosas que visem efectivamente a redução do perigo rodoviário dos utilizadores de bicicleta, de forma coerente e sistémica para que contribua para a segurança de todos, em linha com as melhores práticas de outras cidades europeias.

Não podemos, por esta altura, continuar a assistir, impávidos, a mais uma vítima da negligência.

Exige-se coragem. Exige-se zero vítimas!

Fonte: DR

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