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Ontem, 24 de Julho de 2013, foi um dia histórico na actualização do sistema jurídico rodoviário em Portugal. Durante muitos anos, vigorou no nosso país um arcaico Código da Estrada (CE) que não protegia nem dignificava peões e utilizadores de bicicleta. Estes são, precisamente, os modos de transporte com maiores benefícios para a saúde pública, para a sustentabilidade ambiental e urbana, e para a economia nacional – atendendo, em particular, à forte dependência energética do país em relação aos combustíveis fósseis.

Na sequência de uma notável mobilização de cidadãos e associações de defesa e promoção dos modos activos de deslocação, o novo CE foi ontem aprovado em Plenário da Assembleia da República com votos a favor de todos os partidos (exceptuando a abstenção do PEV). No que diz respeito ao uso da bicicleta, o novo CE introduz importantes alterações que o aproximam da legislação dos países europeus com melhores índices de segurança rodoviária. Destaca-se que este novo CE:

  • Acaba com a discriminação dos velocípedes na regra geral da cedência de passagem: tem prioridade quem se apresenta pela direita num cruzamento não sinalizado, seja um veículo a motor ou um velocípede;

  • Obriga o condutor a assegurar uma distância mínima lateral de 1,5 m do ciclista e a abrandar a velocidade durante a sua ultrapassagem;

  • Reforça que é obrigação do condutor de cada veículo assegurar-se que o seu comportamento não põe em risco a segurança dos peões e condutores de velocípedes, bem como de outros utilizadores vulneráveis;

  • Elimina a obrigatoriedade dos velocípedes circularem nas ciclovias, permitindo ao utilizador de bicicleta optar por circular juntamente com o restante trânsito quando não considere a alternativa em ciclovia vantajosa em termos de segurança, conforto ou competitividade;

  • Introduz a permissão de dois velocípedes circularem lado a lado numa via;

  • Permite a circulação de velocípedes em corredores BUS, quando tal for autorizado pelas câmaras municipais;

  • Equipara as passagens para velocípedes às passagens para peões, tendo agora os condutores dos outros veículos que ceder passagem aos condutores de velocípedes, nos atravessamentos em ciclovia;

  • Prevê e permite o transporte de passageiros em atrelados;

  • Prevê zonas de coexistência, em que os utilizadores vulneráveis podem utilizar toda a largura da via pública e realizar jogos, não sendo permitido o estacionamento nessas zonas;

  • Permite (não obriga) a circulação no passeio por condutores de velocípedes até aos 10 anos de idade.

Embora haja ainda lacunas a suprir no futuro, a MUBi considera esta nova versão do CE uma ferramenta fundamental para que se possa alterar o paradigma da mobilidade em Portugal, reduzindo a subserviência ao automóvel.

Por si só, a aprovação do novo CE não reduzirá a elevada sinistralidade de peões e utilizadores da bicicleta em Portugal – sem paralelo nos outros países da Europa Ocidental. É fundamental que este importante passo seja acompanhado por uma eficaz divulgação das novas regras, em particular aos utilizadores de veículos motorizados, e por um esforço rigoroso das autoridades de segurança para que o CE seja cumprido – em especial no combate às infrações que põem em risco a segurança dos outros utilizadores do espaço público.

A MUBi gostaria de agradecer e partilhar esta alegria com todos cidadãos e entidades que, juntos, lutaram e contribuíram para que se chegasse a este momento.


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Yesterday (July 24th, 2013) was a historic day for Portuguese road users. For many years, an archaic Road Code (RC) prevailed in our country; it neither protected nor dignified pedestrians and bicycle users. These are precisely the modes with the largest benefits to public health, environmental and urban sustainability, and to the national economy—particularly in a context of over-reliance on fossil fuels still found in Portugal.

Following a remarkable mobilization of citizens and associations for the defence and promotion of active modes of travel, the new RC was approved yesterday by the National Parliament by all major parties. Regarding the use of the bicycle, the new RC introduces important changes that bring Portuguese national law closer to other European countries, which have better road safety records.

Importantly this new RC now:

  • ends the discriminating “give way” rule that existed only for cyclists: those arriving at an intersection from the right now have the priority, whether they are a motor vehicle or a bicycle;

  • forces the driver to ensure a minimum distance of 1.5 m from the cyclist and reduce speed when overtaking;

  • emphasizes that it is the duty of the driver of each vehicle to ensure that their behaviour does not endanger the safety of pedestrians and cyclists, as well as other vulnerable road users;

  • eliminates the obligation of cyclists to use bicycle paths, allowing them to choose to cycle along with other traffic when they consider this alternative advantageous in terms of safety, comfort or efficiency of the journey;

  • allows of two cyclists to ride side by side;

  • allows the movement of bicycles in bus lanes, if so authorized by municipal authorities;

  • equates bicycle crossings to pedestrian crossings, and now the drivers of other vehicles have to give way to bicycle riders while crossing a road on a bike path;

  • defines and allows the transport of passengers in trailers;

  • defines areas of coexistence, where vulnerable users can use the entire width of the road and play games (homezones / Woonerf shared-space concept);

  • allows for, but does not require, the circulation on the sidewalk for bicycle riders up to 10 years of age.

Although there are still some gaps to correct in the future, MUBi considers this new version of the RC a fundamental tool that can help to change the mobility paradigm in Portugal, a step forward in reducing an overwhelming car dependency and consequent impacts on cities´ quality of life.

By itself, the adoption of the new RC will not reduce the danger for pedestrians and bicycle users in Portugal — unparalleled in other Western European countries. It is essential that this important step is followed by:

  • an effective dissemination of the new rules, particularly to the motor vehicle users;

  • an effective effort by law enforcement authorities to ensure that the RC is followed by combating traffic violations offenses especially those that compromise the safety of other users of public space.

MUBi would like to thank and share this joy with all of you that together fought and contributed to bring about this moment—a special reference to the European Cyclists’ Federation and our VOCA partners for all the encouragement and help throughout the years.

100 Responses to Código da Estrada Português entra finalmente no Século XXIPortuguese Road Code finally enters the XXI Century

  1. carlos diz:

    e mais morre mais pessoas nas estradas portuguesas que no mundo inteiro porque em portugal não ha respeito

  2. Pedro diz:

    Incrível, estou impressionado com está lei, exemplos, ontem fui em direcção a Monchique no Algarve, 3 rapazes de bicicleta ao lado uns dos outros uma fila de 3 Km traço continuo, e ninguém podia ultrapassar, foi do mais lindo pagamos imposto de circulação o combustível mais caro da Europa, e os ciclistas gozam com quem trabalha, lindo país, tenho nojo desta gente que cria leis sem responsabilidades, penso que vamos voltar aos antigos tempos, os ciclistas vão ter que ter matricula e seguro para circulação, isto mete nojo um país em decência e ainda mais esta, o que pensam disto?
    Se acham que pagam pouco, com o que nos atrasam nas estradas tempo perdido, os bens distribuidos vão aumentar pela peca de tempo e abuso de muitos ciclista.

    • Pedro diz:

      um pouco de civismo pela sua parte aos seus semelhantes, também será necessário… pois só assim Portugal avançará como outros países que têm ciclovias!!!

      • f.morais diz:

        …. ciclovias ??? afinal para quê ?? parece que as entidades gastaram dinheiro, e os senhores ciclistas não circulam por ela… para alem de todas as tropelias..que fazem na estrada .Comportam-se piores que animais alguns deles claro .. è para esses que dirijo esta mensagem …comportem -se se querem ser respeitados e tenham civismo. JÁ É TEMPO DE SER OBRIGATÓRIO AS BIKES COM CHAPA MATRICULA E SEGURO, e terem todos os assessórios que lhes compete

  3. Joao Batista diz:

    Ola a todos
    Nao é dDifidil conduzir, velocipedes, carros ou camioes;
    O que é dificil é ser lucido e por as coisas no seu devido lugar!
    As leis sao optimas!!!
    Os comentarios de todos, vistos de uma prespectiva circuntancial sao absolutamente correctos!!!!
    O problema esta em legislar sem que existam no terreno as condiçoes para o exercicio dos deveres impostos pela lei.
    Refira-se que o objectivo das leis e ditar aos cidadaos quais os seus deverezs e obrigaçoes;e quando se veem com despachos, regular, complicar a simplicidade, legibilidade e clareza dos seus conteudos presta-se um mau serviço à sociedade.
    Os decretos e depachos devem exclusivamente determinar para o pessoal(funcionarios) dependente da entidade emissora, como adaptar as infraestruturas a aplicaçao da lei e como proceder nos ambitos pedagogico, correctivo e repressivo dos infractores.
    Decretos e despachos nao devem, ao contrario do que tem sido feito, esclarecer ou intrepertar as leis, porque elas devem ser claras e simples para todo e qualquer cidadao com a escolaridade obrigatoria, outro modo o que conseguimos é a instuticionalizaçao da mediocridade e da confusao.
    Em conclusao,as estruturas devem antecipadamente ser adaptadas durante um prazo establecido por lei; A adaptaçao deve ser objecto de regulamentaçao publicada por decreto ou despacho; A lei emanada da AR concerne todos os cidadaos; Os despachos e decretos regulamentadores concernem os profissionais incumbidos de criar as condiçoes à posta em pratica da lei e à sua fiscalizaçao.
    O cidadao ja tem que baste com o facto de obrigatoriamente ter de conhecer a lei, quanto mais quererem que saiba de publicaçoes de ambito regional,de ministerios ou de governadores civis.
    Liberdade, Igualdade e Fraternidade; e eu digo: MORALIDADE? MORALIDADE? MORALIDADE!!!!!!!!!!!!
    Ou ha moralidade ou comem todos!!!

  4. João diz:

    Curiosamente ninguém fala do seguro de responsabilidade civil…!!!
    Se os carros têm que ter e as motas também, porque não as bicicletas e/ou seus condutores ????
    Se uma bicicleta vier para cima do meu carro ou atropelar alguem, quem paga ??? Eu ???

    • Paulo diz:

      Obviamente que não, paga o ciclista, mas do seu bolso próprio não tendo o seguro que se lhe substitua… Além disso o risco envolvido por um automóvel (mais de 1000kg a velocidades grandes) é muito maior do que o risco representado pelo ciclista, pelo que, os danos possíveis em caso de acidente provocado por automóvel são muito maiores daí a necessidade da obrigatoriedade do seguro para evitar situações de incumprimento em indemnizações. Como o risco representado pelo ciclista é muito menor não faz sentido a obrigatoriedade do seguro…

      • Luis Antunes diz:

        Ainda que desfasado no tempo não resisti a comentar a sua resposta . imagine esta situação ,um ciclista executa uma manobra perigosa que ao tentar evitar o choque o condutor de um automovel capota e morre , em que ficamos será util o seguro ?

      • Rui diz:

        Há uns anos um miúdo distraído saiu duma ruela e embateu lateralmente no meu carro. Para não bater com o corpo atirou-se ao chão, e a bicicleta foi de arrasto, amassando parte da porta da frente do lado do passageiro e estragando a embaladeira desse lado. Se ele tivesse seguro a coisa seria fácil. Como, naturalmente, não tinha, o que é que eu podia fazer? Chamar a polícia e apresentar queixa? Chamar os paizinhos correndo o risco de eu ainda ser responsabilizado por o filhinho ter entrado numa rua principal à doida? E se me dissessem que não pagavam os estragos?
        Paguei os quase 300 euros de danos do meu bolso e calei.

        E se hoje um ciclista bater no meu carro e disser que não paga, terei de chamar as autoridades, meter advogado e avançar para tribunal. É justo???

      • carla diz:

        Acontece que um ciclista de 15 anos que circulava no passei veio contra a porta do meu carro e agora os pais não assumem, não pagam.
        o que devo fazer?

  5. Lopes Nunes diz:

    A prioridade do ciclista na passadeira de ciclovia pode ser um problema sério.
    Vi várias respostas mas não esqueço as situações que me arrepiam diariamente – como ciclista e condutor – onde vivo na Costa Caparica.
    Vejo diariamente ciclistas a passar a passadeira, em manobra brusca, completamente ‘a abrir’ e sem olhar.
    Só por protecção divina não levam com a protecção que a nova lei confere.
    Sei que temos todos de ter atenção, contenção e cuidado. Mas tenho dúvidas sobre o conhecimento e consciência. Afinal nem todos procuram resposta para esta questão que me fez aqui vir a saber da regulamentação aplicavel.

  6. filipe7004 diz:

    Gostei principalmente da regra de cedência de passagem igual para todos, porque é como se conduzisse-mos uma mota mas sem motor, se uma mota tem essas regras porque nós temos de ser diferentes?
    espero que nao mudem

  7. Jose Oliveira diz:

    Jaime não sabes mesmo nada do que estás a dizer. Afinal de tudo quem provoca o transito na estrada? As bicicletas ou os carros?
    Já alguma vez alguem chegou a um sitio e disse: Cheguei tarde porque apanhei muito transito de bicicletas.
    Nao!!! É exatamente o contrario… O pessoal chega tarde e atrasado devido ao transito de carros!!!

    Pensem nisso… palhaços!!!

  8. NÃO VOU COMENTAR MUITO ESTA ABERRAÇÃO: ESTÃO A DAR DIREITOS AOS CICLISTAS?
    E OS DEVERES?
    QUEM ALTEROU O CÓDIGO DA ESTRADA PARA OS CICLISTAS, NADA PERCEBE DOS REGULAMENTOS DO CÓDIGO DA ESTRADA E DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO.
    UMA CRIANÇA ATÉ AOS 10 ANOS PODE CIRCULAR NOS PASSEIOS?
    MAS ESSES IDIOTAS QUE ALTERARAM O CÓDIGO DA ESTRADA, NÃO SABE QUE NÃO TEMOS AS CONDIÇÕES COMO A EUROPA!!!
    HÁ PASSEIOS EM PORTUGAL DE 20cm a 1 METRO DE LARGURA, NESSES PASSEIOS POUCOS JÁ CIRCULAM IDOSOS, DEFICIENTES TANTO VISUAIS COMO MOTORES E CARRINHOS DE BÉBÉ!
    O MARQUÊS POMBAL NÃO ESTEVE EM TODAS ESTRADAS DE PORTUGAL E DE LISBOA, SÓ FICOU ENCANTADO COM AV. DA LIBERDADE E O CHAMARAM DE MALUCO, MALUCOS SÃO AQUELES QUE ALTERARAM O CÓDIGO DA ESTRADA SEM NADA ALTERAR AS VIAS.
    SÓ FIZEMOS AUTO ESTRADAS E DESTRUIMOS A AGRICULTURA E AS PESCAS ETC.. ETC…
    NAS VIAS NÃO SINALIZADAS OS VELOCIPEDES TÊM OS MESMOS DIREITOS QUE OS VEICULOS COM MOTOR!
    MAS, É DE BRADAR OS CÉUS!
    A MAIORIA SEM LICENÇA, SEM MATRICULA, SEM SEGURO, SEM CÓDIGO DA ESTRADA, TANTO QUE NÃO PARAM AO STOP, A SINAL VERMELHO DOS SEMÁFOROS E CIRCULAM EM SENTIDO CONTRÁRIO E VAMOS DAR MAIS DIREITOS PARA HAVER MAIS ACIDENTES.
    EU AGORA FIQUEI A SABER QUE OS VEÍCULOS JÁ VÊM COM UM METRO LATERAL, PARA MEDIR DO VEÍCULO AO CICLISTA OU ENTÃO UM METRO MOVÉL QUE DAMOS AO CICLISTA UMA PONTA PARA MEDIR 1,5 METRO, BOA…
    MAS HÁ ESTRADAS QUE NÃO TÊM DOIS METROS OU TRÊS METROS QUE FAZER?
    VAMOS ANDAR COMO A PROCISSÃO???
    PORQUE NÃO OS DEIXAR CIRCULAR NOS AUTO-ESTRADAS????
    PORQUE ASSIM A MERD… FICAVA CONCLUIDA.
    FOD… QUE ESSES GAJOS SÃO BURROS, ATÉ DIZER CHEGAAAAAA!!!
    Castanheira do Ribatejo
    Jaime Jorge Pereira
    Monitor da PRP

    • Rui diz:

      Há pessoas muito revoltadas com a vida, só assim se justifica o tipo de linguagem utilizada e a intolerância. Também as há que se acham com o “rei na barriga”, donas da estrada, impacientes por ultrapassar os mais lentos, mas isso um dia passa-lhes e quase sempre deixa marcas graves. São aquelas que só aprendem quando comentem os erros. Quanto ao resto dos disparates que publicou, já foram respondidos em posts anteriores, pelo que, não há nada a esclarecer. Cumprimentos a pedal

      • Jaime Jorge Pereira diz:

        Você é que é um DISPARATE e grande, não vê que agora é que é perigoso a andar de bicicleta!
        Sabe o Governo deveria era criar ciclovias e não só escrever e nada fazer quem escreveu este Código da Estrada nada sabe, é mais um assentado numa secretária de gravatinha e as cigarras da Assembleia da República aprovar tal disparate que vai dar que falar a partir de Janeiro de 2014.
        Sim estou de acordo depois de dar as condições aos ciclistas como o resto da Europa.
        Veja a 24 de Julho tem ciclovias e os carros estão estacionados e os ciclistas circulam nas estradas!
        É como alugar uma Taberna, e depois sem qualquer alteração abrir como Banco.

        Criam as leis sem fundamentos!!!!!

        Com os melhores cumprimentos

  9. António Costa diz:

    “Permite a circulação de velocípedes em corredores BUS, quando tal for autorizado pelas câmaras municipais;”

    Alguém sabe se em Lisboa é autorizado?

  10. Francisco Videira diz:

    Isto é tudo muito bonito, mas completamento fora da realidade e desprovido do mais elementar bom senso.
    Para que fique claro, sou automobilista, motociclista e ciclista, estrada e BTT, e vivo numa zona de utilização intensa de bicicletas (Aveiro – Gafanha da Nazaré).
    Quando se pensa nestas leis, não se pode pensar só em bike geeks, em ambientes urbanos, de alta mobilidade, temos que pensar em toda a panoplia de ciclistas.
    Na minha terra tudo anda de bicicleta, de todas as idades.
    E os velhotes de 80 anos não querem saber de nada, a estrada é deles…
    Temos que nos colocar no mesmo patamar de responsabilidade que os restantes utilizadores da via pública, com os mesmos direitos e deveres.
    Não me podem exigir habilitação de condução, conhecimentos de código da estrada, seguro de responsabilidade civil, viatura inspecionada e com registo, e a um ciclista nada.
    Quando ocorre um acidente na Gafanha da Nazaré com um ciclista (independentemente do culpado) é logo uma dor de cabeça, danos, só pagam se quiserem, não existem seguros obrigatórios!
    E em relação às ciclovias, só usar se quiserem?
    Por favor…
    Não podemos olhar só para o nosso umbigo, amigos.

    • Mario diz:

      Caro Francisco,

      A MUBi acabou de publicar uma série de esclarecimentos sobre o Código da Estrada.
      https://mubi.pt/faq/

      Aqui nestas perguntas e respostas poderá encontrar alguns esclarecimentos às questões que coloca:
      (…)
      2. Porque é que os ciclistas não precisam de título de condução se necessitam obrigatoriamente de saber o código da estrada?
      O título de condução tem como objetivo principal a segurança de todos os utentes da via, sensibilizando o automobilista para que tenha uma condução segura e respeitosa. Ora, cada veículo tem especificidades diferentes, considerando velocidade, potência e peso médios de cada um que se repercutem em perigosidades muito distintas em caso de infração ou acidente. Assim se explica que um peão também precisa de saber o Código de Estrada, não sendo no entanto obrigado a ter título de condução. Aliás, qualquer cidadão maior de idade precisa de saber as leis do seu país, é um princípio de cidadania. A licença de condução de bicicleta seria uma obrigação inédita na Europa!

      3. Porque motivo o seguro não é também obrigatório para ciclistas?
      Muitos ciclistas têm seguro. Todavia, considerando a velocidade e o peso médios, o dano provocado por um automóvel é potencialmente muito mais grave e oneroso que o eventual dano provocado por um velocípede. Assim, justifica-se também por exemplo que os peões ou os veículos de tração animal, não sejam obrigados a ter seguro. Caso um ciclista danifique um automóvel na via pública, e seja considerado culpado segundo as regras do CdE e da responsabilidade civil, terá de pagar obviamente os danos causados do seu próprio bolso, tal como já o fazem por exemplo os peões. Todavia não se podem comparar financeiramente os potenciais danos provocados por um velocípede, com os danos provocados por um automóvel. O que a MUBi defende é a introdução do Princípio da Responsabilidade Objetiva (Lei de Badinter/Strict Liability) de forma mais clara e explícita na legislação Portuguesa.

      (…)

      6. Porque podem os ciclistas prescindir das ciclovias, se estas existem para os velocípedes e custaram dinheiro ao erário público?
      Um automobilista tem a liberdade de escolher que via quer tomar antes de iniciar um trajeto, se por uma autoestrada, um itinerário principal, complementar ou mesmo por estradas nacionais ou municipais, considerando fatores como tempo dispendido, segurança, conforto, o nível de congestionamento, as paragens que tem que efetuar, os locais por onde quer ou não passar ou mesmo o tipo de automóvel que se encontra a conduzir. Para os ciclistas, deve também aplicar-se o mesmo princípio da liberdade de trânsito, considerando que à luz do Código da Estrada, tanto podem circular em pistas especiais reservadas como nas faixas comuns de trânsito (excetuando casos como autoestradas, vias rápidas e algumas pontes e túneis).

      De referir ainda que há muitas ciclovias em Portugal que foram mal concebidas e desenhadas com diversos erros de projeto e conceção. As ciclovias têm sido pensadas pelos autarcas, como percursos de lazer mais aptos para passeio, do que propriamente para movimentos quotidianos (ex. casa/trabalho/casa ou casa/escola/casa). Estes erros de conceção e projeto são também óbvios no que diz respeito à segurança dos ciclistas pois estas ciclovias podem ser mais perigosas para os ciclistas, principalmente nas interceções, mas também nos conflitos com os peões. Não faz também sentido exigir que ciclistas em treino desportivo usem as ciclovias, principalmente devido aos erros acima apontados.

      • Francisco Videira diz:

        Boa tarde.
        Em relação a obrigação de licença de condução, ou outro quaisquer tipo de habilitação legal, por mais pueril que seja (que já existiu, aliás), se é verdade que os diferentes tipos de veículos possuem características diversas de potência, massa, etc, também é verdade que é necessário garantir, de uma forma simplificada e universal, que o cidadão tem os conhecimentos necessários e adequados para circular com segurança na via pública, dele e dos outros. É ingénuo pensar que todos os nossos concidadãos conhecem toda a legislação que deviam conhecer. Não me interessa minimamente o que se passa na Holanda ou na China, eu vivo em Portugal, e quase que aposto que onde vivo existem mais bicicletas a circular que no resto do país…sem exagero. Com criancinhas em cadeirinhas e atrelados. Venham só ver qualquer escola da Gafanha da Nazaré e comecem a contar bicicletas.
        Em relação ao seguro de responsabilidade civil, é falaciosa a comparação com os peões. Já os veículos de tracção animal não tem seguro, mas deveriam ter, visto circularem na via pública. E sendo os danos causados por um ciclista necessáriamente menores, não deixam de ser danos, e mesmo por serem menores, de mais difícil ressarcimento em processo civil, que sendo a nossa justiça o que é… não seriam equiparados aos seguros automóvel, claro. Ainda há pouco tempo arranquei um retrovisor de um carro, com o guiador, e não sendo muito, sempre tive que pagar cerca de 150€. Fosse outro ciclista, e era quase impossível o condutor ver o dinheiro do retrovisor.
        Em relação a questão das ciclovias, o automobilista não pode escolher as vias por onde circular, circula nas vias que existem, que lhe são destinadas, no sentido que estiver determinado, e a velocidade que estiver sinalizada, quer a estrada esteja mal ou bem idealizada, conservada ou sinalizada. E quando uso a minha bicicleta uso todas as ciclovias que posso, baixando as probabilidades de ser atropelado…existindo ciclovias, boa ou má, era nela que deviamos andar.
        Não é a lei que nos garante segurança, são barreiras físicas, a criar, e comportamentos, a derrubar.
        Eu não me posso dissociar de ser automobilista/motociclista/ciclista.
        Não me parece que estejam a seguir o caminho adequado, mas boa sorte.

      • Jaime Jorge Pereira diz:

        Porra este é mais burro que os burros comparar um peão com veículos!!!!

        Os Regulamentos do Código da Estrada e da Sinalização de trânsito é para todos os veículos, que sendo um velocípede (Uma bicicleta) que ao ser guiada é um ciclista, que deverá cumprir o Código da Estrada, mas não cumpre, porque circula em sentido contrário, atravessa nas passagens para peões, não para ao STOP e aos Semáforos, Sinal Amarelo constante tendo tempo para parar e não pára,e não pára ao sinal vermelho!!!

        Não cumpre qualquer sinalização que coloca os utentes em perigo.

        Sou também ciclista, tenho seguro e cumpro o código da Estrada, e não concordo com tal Código da Estrada para ciclistas com esta alteração de merda.

        E depois aprovada pelas 230 CIGARRAS NA ASSEMBLEIA DA RÉPÚBLICA!!!!

        É DE BRADAR AOS CÉUS…

        Como condutor de um Ligeiro eu vejo tanta asneira na estrada com ciclistas que é de colocar as mãos na cabeça…

        Uma criança até aos 10 anos pode circular num passeio!!!

        Mas é de doidos, só pode ser quem criou tal Código da Estrada que algumas localidades como Castanheira do Ribatejo por vezes não têm espaço para os peões, quanto mais para ciclistas!!!

        É UMA GRANDE MERDA ESSE CÓDIGO PARA CICLISTAS NADA TEM SENTIDO, E EU TAMBÉM SOU CICLISTA…MAS QUE MERDA E GRANDE…

  11. PG diz:

    Concordo com a maior parte e confesso até que fico contente, mas estas duas?!

    – Equiparar as passagens para velocípedes às passagens para peões…

    – Acabar com a discriminação dos velocípedes na regra geral da cedência de passagem ..

    Desculpem mas nunca em tempo algum!!!!

  12. Para fomentar e dignificar o uso da bicicleta, tomemos como causa nacional criar ciclovias nas áreas urbanas, para poder ser feito o percurso pendular entre a zona de residência e o local de trabalho ou a escola.
    Há uma pedição a decorrer, para a construção de uma ciclovia independente na Ponte 25 de Abril, também para que ela se torne da Liberdade!
    http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=P2013N70325

  13. lord diz:

    caro:João Pimentel Ferreira
    vc respondeu ao sr César:

    “E – Imposto de circulação e inspeção de velocípedes para quando?”
    Os impostos de circulação, em qualquer país civilizado servem para pagar a manutenção das rodovias e da sinalética (“road taxes” em Inglês). Quer comparar o dano que provoca uma bicicleta no asfalto (90kg) com o dano que provoca um automóvel (1200kg)? Da mesma forma se justifica que os camiões paguem muito mais de portagem que um ligeiro; e que os peões não paguem seguro!

    falou e muito bem ,e como um ciclista .
    então somos nos os contribuintes é que temos que pagar as ciclovias ? e caso não saiba todas as pessoas que pagam taxa de circulação também pagam para obras de infraestrutura mesmo não andando de bicicleta nem skate ,patins etc etc .
    e veja la se acorda porque a lei é portuguesa e o nosso pais não pode ser comparado por nenhum outro pais , porque nesse contexto também posso dizer que com 39 anos so vejo a governar o nosso pais o ps e o psd corrupção canudos tirados da noite para o dia submarinos que estão encostados por falta de baterias e a ultima mais gira do nosso pais foi terem sido entreditas as praias todas na região de lisboa/costa por a agua estar contaminada ……o porta aviões americano a energia nuclear que esteve la 3 dias antes sera que ficou contaminado ?não podemos apanhar ameijoas porque tem toxinas ! serà todos os anos na mesma altura ? mas como em Portugal nada se sabe e todos discutem ,que seja bem vinda a nova lei das bicicletas ,pode ser que os nossos ministros comecem a trocar o valor do subsidio de transporte para andarem de bicicleta .
    abaço e boas curvas

  14. Filipe diz:

    É uma vergonha, se querem andar por onde andamos que vão aprender o código como nós condutores de automóveis, porque para alem de não saberem os sinais andam no meio da estrada feitos tolinhos e nós é que nos temos de desviar metro e meio? e os carros que vêm em sentido contrario?, para mim é uma vergonha passarem esta lei…

    se os obrigarem a saber o código, ai sim, agora andam todos no meio, na esquerda, na direita, ate ao contrario.. enfim, país de bananas é o que temos!!!

    • anapereira diz:

      Caro Filipe,

      Muitos ciclistas têm carta de condução e também conduzem veículos motorizados, e a maioria, se não todos, conhecem o significado dos principais sinais de trânsito, pelo que o seu argumento não tem fundamento.

      A posição primária de marcha dos velocípedes é no centro da sua via de trânsito, tal como a dos outros veículos, por questões de segurança. Só quando é possível e prático, e não comprometendo a segurança do condutor e passageiros do velocípede, é que se adopta a posição primária, mais desviada para a direita, mas mantendo pelo menos 1 m de distância da berma ou passeio (mais se houver carros estacionados).

      Se vier um carro em sentido contrário o Filipe só tem que aguardar até ser seguro ultrapassar, tal como fará para um automóvel mais lento. Não é nada que não saiba já fazer que não tenha aprendido ao tirar a sua Carta de Condução.

      Tirar a carta, e saber o código não torna, por si só, ninguém num bom condutor, basta observar o comportamento dos automobilistas, não é verdade?… É só olhar para as estatísticas da sinistralidade rodoviária para perceber quem é que demonstra o comportamento mais irresponsável.

      Entretanto, sugiro que pegue numa bicicleta e vá experimentar até perceber melhor o porquê do comportamento que critica…

      • Nuno diz:

        Excelente cometário!!!

      • Joaquim diz:

        excelente demonstração (por palavras cívicas)a este leitor, espero que o Filipe tenha a capacidade de absorver a mensagem da Ana Pereira de uma forma positiva e que sobretudo entenda como um reforço positivo à segurança de todos que utilizam as vias, por vezes é preciso de comungar de todos os princípios de vida para que não haja acidentes mortais, acho que o Filipe também não gostará de ver nos telejornais imagens trágicas de acidentes, ninguém gosta, nem os mais incrédulos.
        resta desejar bom “Caminho”
        Joaquim Santos
        Bombeiro

      • Araujo diz:

        Excelente comentário, demonstrou uma paciência admirável. Tiro o chapeu.
        Só acrescento um parentesis.
        Quem anda na estrada como eu, tem se apercebido que a já aparecem (cada vez mais) automobilistas que respeitam os transeuntes.
        Quanto a ciclistas que desrespeitam as regras, garanto, que são em numero muitissimo inferior aos automobilistas que não as respeitam.

      • Luis Gonzaga diz:

        Concordo em absoluto, e então as bicicletas terem seguro? E porque não matricula como já existiu?

        Tive um jovem que caiu contra o meu carro, o pai, pagava, pagava, mas eu é que fiquei com o prejuizo.

        Acho muito bem a nova lei, mas obriguem no minimo a terem seguro.

    • zé pedro diz:

      caro filipe,
      secalhar não é o seu caso, mas andam por ai muitos condutores a fazer locuras nas estradas. a maior parte das vezes até fazem de propósito para que o ciclista vá para lá da berma da estrada.
      Na minha opinião não tem razão para se revoltar, pois á muita gente que n tem dinheiro nem carta para andar de carro, e têm de se deslocarm, não é? então optam pela bicicleta, é como se fosse a pernas dessas pessoas. cump.

    • Araujo diz:

      Caro Filipe,

      o facto de ter tirado a carta de condução automóvel, se é que a tirou, não o coloca numa esfera celestial, superior a todos os outros terráqueos
      O que me envergonha, como cidadão, é perceber que a cidadania e o civismo, afinal não atinge a maioria da população.
      Não se esqueça, caro Filipe, que quando sai do seu automóvel passa a ser um peão.
      Aí este código já passa a ser interessante, não?
      Li vários comentários aqui publicados, sou automobilista á 28 anos, participei em corridas de automóveis, ciclista á 40 e peão á 47. Conheço a maior parte dos países civilizados e se olhar para este código, peca por defeito.
      Noutros países mais desenvolvidos o código é ainda mais duro para os automobilistas e muito bem, na minha opinião. Talvez tenham percebido que também nesses países há Filipes dos quais os terráqueos tenham quer protegidos.
      Caro Filipe, a minha experiencia me induz a imaginar a sua condução…
      procure um Autodromo e deixe a estrada aos terráqueos.

      • Apenas um detalhe! Concordo inteiramente com o Araújo pois sou também ciclista, peço apenas (não me leve a mal peço) que leia este texto, pois muita gente faz uma confusão recorrente entre ‘à’, contração da preposição ‘a’ com o artigo definido feminino ‘a’, com há, terceira pessoas do indicativo do verbo haver!

        Por norma se se faz referência a uma noção de tempo, usa-se o verbo haver. “Há muitos anos que não vou a Beja!” Ou seja, existem, hão, do verbo haver, muitos anos, entre hoje e o dia em que fui a Beja! Não me leve por favor a mal o reparo, tento apenas corrigir um erro recorrente, e que em tempos também cometia
        Saudações ciclísticas 🙂

    • César diz:

      Antes demais os meus parabens à mubi por ser o primeiro site ligado ao Cicloturismo que faz uma interpretação correta à alteração ao artigo 32º Cedência de passagem, visto até a Federação “Potuguesa de Cicloturismo e utilizadores de bicicleta”, anunciar e passo a transcrever: “os velocípede deixam de ter de ceder passagem a quem se apresenta pela direita num cruzamento não sinalizado.”. Só faltava mesmo era terem mais prioridade que um veiculo prioritário.
      Dados os parabéns começo mesmo por aqui com a minha critica ao que considero ser uma aberração no seu geral.
      Durante muito tempo gritaram os utilizadores de velocípedes (para quem ande de bicicleta e não tenha carta de condução é este o nome que se dá no código da estrada ás bicicletas), por igualdade na circulação na via pública. Agora pergunto eu:
      A- Condutores de motociclos são obrigados a usar capacete homologado e o utilizador de velocipede?????
      B – Coimas por excesso de velocidade qual o motivo pelo qual não estão contemplados os velocipedes???? (É sempre a esgalhar)
      C- Obrigatoriedade de titulo de condução, qual o motivo para não existir se necessitam obrigatoriamente de saber o código da estrada?
      D – Seguro obrigatório, qual o motivo para não ser obrigatório?
      E – Imposto de circulação e inspeçao de velocipedes para quando?
      F – Idade minima para circular de velocipede na estrada? (Relembro o artigo 17.º: “os velocípedes conduzidos por crianças até 10 anos podem circular nos passeios” PODEM, ou seja, caso o entendam, também podem circular na estrada.
      Pessoalmente não sou contra as bicicletas nas estradas, já andei, ando e respeito. Agora estas alterações são estúpidas e vão por em causa ainda mais a segurança, sobretudo de quem anda de bicicleta.
      Aliás gostava que daqui a um ano, uma entidade isenta, fizesse um estudo com o numero de acidentes com velocipedes pré e pós alteração do código da estrada.
      Já agora sempre quero ver se os nossos agentes da autoridade, que uma vez por semana se dedicam a autuar por excesso de velocidade na Avenida Brasilia, também vão começar a autuar os ciclistas que circulam na mesma, não respeitando os sinais vermelhos.

      • Mario diz:

        Caro César,

        Parte de um princípio falso, que nem você parece acreditar, para fazer as suas interrogações retóricas: que todos os modos de transporte têm que ser tratados igualmente perante a lei. De facto, para a condução de um debate produtivo não é aconselhável o uso de generalizações como os “ciclistas” ou ou os “automobilistas” como grupos genéricos que partilham a mesma opinião e se comportam da mesma forma. Espero que compreenda que não é uma forma civilizada de conversar.

        No entanto o que é fácil de perceber é que os ciclistas, assim como os peões, são utentes particularmente vulneráveis em muitas e determinadas circunstâncias, assim como os passageiros de automóveis ligeiros noutro tipo de circunstâncias. Por isso não faz sentido nenhum que a lei trate todos os modos de transporte da mesma forma: com iguais direitos e iguais deveres. O CdE Português, nem nenhum CdE do mundo, era assim, nem passará a ser assim com esta revisão. Ainda bem.

        Em muitas circunstâncias os mais vulneráveis devem inclusivamente ter mais direitos que os menos vulneráveis. É uma forma muito simples de garantir a segurança de todos.

        O mesmo podemos dizer em relação aos deveres, porque eles estão intrinsecamente relacionados com a gravidade das consequências dos comportamentos de cada modo. É normal que um condutor de elétrico tenha mais deveres (e noutras circunstâncias mais direitos) que um condutor de automóvel ligeiro, só para lhe dar um exemplo que facilmente compreenderá.

        Existem excelentes razões porque os condutores de velocípedes não estão sujeitos a alguns dos deveres que menciona e podemos discuti-los um a um. O que está errado no seu raciocínio é sua a crença que os “ciclistas” acreditam na ideia que todos os modos de transportes devem ser tratados de forma exactamente igual – o que não passa de uma falácia abusiva e mal construída.

        Ultrapassando esse seu truque de retórica agradecíamos que explicasse com melhor detalhe quais as regras que acredita que irão aumentar os incidentes com ciclistas e de que forma. Só assim podemos continuar o debate de forma construtiva.

      • Caro César
        Respondo uma a uma

        “A- Condutores de motociclos são obrigados a usar capacete homologado e o utilizador de velocípede?”
        Em nenhum país civilizado do mundo os ciclistas são obrigados a usar capacete. Ora veja este vídeo da Holanda, e dou-lhe 500€ por cada ciclista que encontrar com capacete!

        “B – Coimas por excesso de velocidade qual o motivo pelo qual não estão contemplados os velocípedes?”
        Estão! Os velocípedes estão sujeitos a muitas infrações que os automobilistas também estão como excesso de velocidade, álcool, passar vermelhos. etc. Normalmente a lei prevê que a coima seja metade do valor aplicado ao automobilista, normalmente por questões (como já foi referido) da responsabilidade de cada um. Ou também acha que um peão deve pagar de multa o mesmo, que um automobilista, quando passa um vermelho? Cada infração tem consequências diferentes!

        “C- Obrigatoriedade de titulo de condução, qual o motivo para não existir se necessitam obrigatoriamente de saber o código da estrada?”
        Mais uma lei que seria inédita na Europa! Um peão também precisa de saber o CdE e não é por isso que precisa de tirar a carta? Aliás, qualquer cidadão precisa de saber as leis do seu país, é um princípio de cidadania e olhe que o desconhecimento de tais leis, não serve de atenuante perante um crime, está na Lei!

        “D – Seguro obrigatório, qual o motivo para não ser obrigatório?”
        Antes de mais: muitos ciclistas têm seguro. Todavia, considerando a velocidade e o peso médios, o dano provocado por um automóvel é potencialmente muito mais oneroso que o eventual dano provocado por um velocípede. Assim, justifica-se também que os peões, os skaters, ou os que andam de patins não sejam obrigados a ter seguro!

        “E – Imposto de circulação e inspeção de velocípedes para quando?”
        Os impostos de circulação, em qualquer país civilizado servem para pagar a manutenção das rodovias e da sinalética (“road taxes” em Inglês). Quer comparar o dano que provoca uma bicicleta no asfalto (90kg) com o dano que provoca um automóvel (1200kg)? Da mesma forma se justifica que os camiões paguem muito mais de portagem que um ligeiro; e que os peões não paguem seguro!

        Como já foi dito, “não meta tudo dentro do mesmo saco”!!! Cada veículo tem especificidades diferentes, consoante o peso, velocidade, potência, que se repercutem em diferentes riscos para a segurança dos ocupantes e dos outros utentes da via.

        Salut

  15. JP diz:

    Só gostaria de saber, se os condutores de velocipedes, baterem no veículo motorizado, com culpa, quem paga ?
    Haverá algum imposto de circulação, haverá alguma obrigatoriedade de seguro ?
    Enfim uma manobra a sobrecarregar Fundo de Garantia Automóvel, que inclusivé já se vê com dificuldades para pagar as participações actuais, e no final apenas serve para angariar votos.
    Serão policiados, haverá a mesmo rácio de entre multas veiculos motorizados e o número de veículos em circulação, com os velocipedes.
    Ninguém nitidamente pensou nesta treta, agora eles podem saltar das vias para velocipedes para a via pública, circular em cima dos velocipedes nas passadeiras, os condutores dos veículos motorizados vão ter que estar com os olhos abertos para todos os lados.
    Para que não haja, pessoal a pensar que eu apenas sou do contra por não ter um velocipede, informo que na minha casa existem 2 veículos motorizados e 3 velocípedes.

    • Mário diz:

      Caro JP,

      Caso um ciclista cause dano por sua culpa será ele ou a sua seguradora que tem que pagar os estragos causados. Contrariamente ao que parece pensar muitos ciclistas têm seguro.

      A falta de fiscalização é uma das questões muito preocupante em Portugal quando, como todos sabemos, o estacionamento no passeio é uma prática corrente assim como o excesso de velocidade dos automobilistas em meio urbano. Parece do senso comum que a haver correções e melhorias elas deviam incidir sobre as infracções que põem em risco de vida os utilizadores da via publica.

    • Araujo diz:

      Caro JP,
      pela sua ordem de ideias, se um peão danificar o seu carro, por culpa própria, não precisa de o indemnizar por danos causados… 🙂

    • J.Teixeira diz:

      Se um velocipede causar um dano num carro é responsavel o ciclista,grande parte dos ciclistas já tem seguro,O sr. tem 3 velocipedes na garagem mas que não os usa se não faziam os comentários que fez.Boa tarde e está na altura de dar uso ás bicicletas que tem em casa.

  16. Paulo Sabrosa diz:

    “Elimina a obrigatoriedade dos velocípedes circularem nas ciclovias, permitindo ao utilizador de bicicleta optar por circular juntamente com o restante trânsito quando não considere a alternativa em ciclovia vantajosa em termos de segurança, conforto ou competitividade”. Esperem lá…uma ciclovia não é mais segura? Esta é nova. Quando foram feitas as ciclovias, os defensores acharam do melhor….
    Quando ao atravessar a via: Não é explicito se devem ou não atravessar na passadeira, com a bicicleta à mão. Na minha humilde opinião, devem fazê-lo à mão. Eu também o faço.

    • Mário diz:

      Caro Paulo,

      Infelizmente a maior parte das ciclovias construídas em Portugal são perigosas para os ciclistas e o assunto só é novo porque naturalmente não tem acompanhado o debate nos últimos anos sobre o assunto. Tal concerteza explica também porque está convencido que na altura que foram construídas elas não foram contestadas.

      Sobre o uso de passadeiras o CE é muito explícito. As passadeiras são para peões e a única de serem usadas por ciclistas é com a bicicleta pela mão porque só assim são equiparados a peões.

      A novidade nesta revisão do CE é o atravessamento da faixa de rodagem por ciclovias e só neste caso é que o ciclista pode atravessar montado na bicicleta e o restantantes veículos têm que ceder a passagem.

      Espero ter esclarecido.

      Mário

  17. Sara diz:

    Estaria a 100% de acordo se todos os ciclistas aos quais me cruzo diariamente usassem capacete (principalmente), luzes de sinalização, entre outros. Já para não falar quando muitas vezes vão aos ”esses”. Óbvio que não se aplica a todos ciclistas, mas ainda há muitos casos irresponsáveis, principalmente no que diz respeito à segurança própria. Como tal também deveria haver controlo nestas importantes coisas.

    • Jorge diz:

      Mas no que é o capacete dos ciclistas lhe afecta a condução do seu carro? Está preocupada que a lei agora lhe obrigue a ter cuidado com os mais desprotegidos na via pública?

      • Sara diz:

        Caro jorge, não é o facto de me afectar, muito pelo contrario, trata-se de uma questão de segurança para o próprio ciclista. E ja agora, eu tambem ando de bicicleta e tambem sei me por do lado inverso e analisar a questão.

    • joao vieira diz:

      va a holanda para ver como se anda portugal e que e bom aluno

    • Como lhe digo Sara
      Dou-lhe 500€ por cada ciclista que encontrar com capacete neste vídeo da Holanda

      • Sara diz:

        Caro João,
        Vivemos em Portugal e não em Holanda.
        Contudo, acredito que será muito mais agradável a vida por lá.

        • J.Teixeira diz:

          Então com o seu comentário devemos andar para trás,quando voçê for de carro e for apertada por um camião fica toda contente.

          • Sara diz:

            Caro J. Teixeira…
            Tal como muitos outros portugueses conduzo (infelismente) muitos quilometros, o que impossibilita andar mais de bicicleta.
            Aquilo que referi é que para alem destas medidas deviam ter muito mais em conta a segurança de cada um dos ciclistas. Pois, infelizmente acidentes acontecem. eu mesma pedalo de noite e nao dispenso de luzes, fitas refletoras, etc… Apenas me meto nos dois lados da questao. simplesmente falo de capacetes e luzes. Será assim tao absurdo? experimente ter uma infelicidade, acredite que um simples capacete fazia a diferença. Dispenso comentarios absurdos e completamente desnecessarios. Mas se ficam assim tao incomodados com uma simples proposta de uso de capacete, desejo lhes uma boa vida e sem quedas. eu ca nao dispenso o meu.

            • António Dias diz:

              Boa noite, capacete não é obrigatório mas as luzes são (À frente e atrás).
              Inclusive de dia (neblinas, nevoeiros, etc.)

              Cumprimentos

  18. john walford diz:

    Certamente, é também da responsabilidade dos nossos conselhos locais para certificar-se de que as estradas são seguros tanto para os ciclos e ciclomotores, e todos os outros veículos. Então posso surgest que o governo inprove a condição de suas estradas. As estradas neste país estão em um estado muito ruim. No entanto, as eleições locais em breve estará sobre você, talvez você vai ver alguns improvment.

    • Meu caro. Em Portugal encontrará por certo as melhores autoestradas do mundo, normalmente vazias pois não há dinheiro nem para portagens nem para gasolina. Basta ir à AE da Arruda dos Vinhos (3 vias em cada faixa) que é usada para corridas de automóveis dada a sua quase rara utilização!

      Portugal há muito que foi entregue aos subservientes da lógica da indústria automóvel. Está-se agora apenas lentamente a mudar esse paradigma!
      Salut

  19. E mais... diz:

    Não respeitam a sinalização, nomeadamente os semáforos vermelhos. Adultos continuam a andar de bicicleta nos passeios, é proibido. Continuam a atravessar a passadeira como se peões fossem, e acham-se com direito a tal. A passadeira é para peões, não ciclistas, …

    Fiem-se muito no código e que as palavras os safam de umas quedas ou pior, não zelem pela vossa segurança, não é as palavras que os protejem fisicamente.

    Acho que o transito velocipede deve ser disciplinado sim no papel, mas a que disciplinar os utilizadores de velocipedes tambem.

    A circulação lado a lado na mesma via acho um erro crasso. E mais não digo. Boas pedalada em segurança.

    • maria correia diz:

      Concordo plenamente com tudo o que disse.

    • eu diz:

      concordo plenamente com o que diz…mas enquanto o nosso povo tiver essa mentalidade ninguem vai ter segurança na via publica…

    • JP diz:

      Acho que alguém se esqueceu que um velocípede não é um peão, e circula a uma velocidade mínima 300% superior a um peão, e isto quase sem pedalar, isto nas passadeiras vai ser uma tragédia.

    • Anonimo diz:

      Você nunca deve ter pegado numa bicicleta para andar na estrada de certeza , deve ser mais uma daquelas pessoas que só quer a via para os carros para poder andar a alta velocidade , mas não se esqueça que um dia pode querer andar de bicicleta e ir sozinho e vê o que os condutores fazem , passam a razar os ciclistas , nem abrandam se vierem a 100 passam a 100 , assim ao poder andar a par os automobilistas têm de abrandar e ultrapassar como se fosse um outro veiculo não falem sem saber..

      • António Dias diz:

        Concordo com o que diz.
        Ainda hoje , 11-09-2013, ia de bicicleta e uma ilustre afocinhou com o carro na minha esquerda (a uns 40 cms se tanto… muito longe dos 1,5 M… e com a largura da estrada, não tinha espaço para passar). Como se não bastasse, apitou mesmo ao meu lado. Quase que caia só com o susto. Acho muito bem que este tipo de “mal encartados” sejam domesticados, ou a bem ou a mal.
        Ainda tenho um Feeling Toutch que se ela me espetasse na estrada, fugia…

        Cumprimentos

    • Célio diz:

      É certo a necessidade de disciplinar os utilizadores de velocípede, mas devo acrescentar que, do que conheço e devo referir que sou ciclista, conduzo motociclo de 125cc e também sou condutor automóvel, os indisciplinados nos velocípedes são também os indisciplinados ao volante de um automóvel. Esses indisciplinados tudo o que lhes apareça à frente é para “chutar” fora da estrada, o velocípede e motociclo de baixa cilindrada, como têm mais a perder num confronto directo têm de ser submissos para se protegerem.

      • João Carlos diz:

        Concordo inteiramente. O problema de Portugal, não é o transito, mas a falta de Cultura e sosiabilidade dos condutores de todas as categorias de veiculos.

    • J.Teixeira diz:

      o sr. como condutor nunca fez um erro?Os ciclistas ou peões também podem errar,ou só os condutores de carro podem errar.Em relação em andar a par concordo com o novo codigo porque os utilizadores de bicicletas também pagam impostos como o sr.não pense por ir sentado no banco do seu carro pode passar por cima de um ciclista.Se tivesse um filho que tivesse um acidente de bicicleta no qual não teve culpa se calhar mudava de opinião.

  20. Marco diz:

    Não entendi esta dos jogos…
    “Prevê zonas de coexistência, em que os utilizadores vulneráveis podem utilizar toda a largura da via pública e realizar jogos, não sendo permitido o estacionamento nessas zonas;”

    • Mario diz:

      Marco são ruas, geralmente locais e com pouco tráfego em que a velocidade máxima será de 20 km/h e as crianças podem brincar e jogar. Lembra-se das “futebuladas” no meio da rua quando havia poucos carros?

      • Carlos Ferreira diz:

        Desculpe, mas aqui acho que estão a ver as coisas de forma errada. Locais de pouco tráfego não são zonas de coexistência.

        Se virmos o decreto de lei, diz o seguinte:
        «Zona de coexistência» – Zona da via pública especialmente concebida para utilização
        partilhada por peões e veículos, onde vigoram regras especiais de trânsito e sinalizadas como tal.

        Portanto, uma via de pouco tráfego, não foi especialmente concebida para uso partilhado.

        Um exemplo de zona de coexistência é por exemplo a estrada interior de um parque de campismo. Como é óbvio esta estrada é para uso de peões e veículos. Nesta estrada são permitidos jogos.

        A velocidade máxima de 20 Km/h é para estas estradas e não será alterada a das estradas locais e de pouco tráfego, que continuam a ser de 50 km/h salvo indicação em contrário, mas que não são de utilização comum.

        • Mario diz:

          Carlos,

          Talvez não tenha sido inteiramente claro. Eu não disse que todas as ruas com pouco tráfego serão consideradas imediatamente de zonas de coexistência. O que expliquei é que zonas de coexistência são ruas, geralmente locais e com pouco tráfego em que a velocidade máxima será de 20 km/h e as crianças podem brincar e jogar. Isto não significa que para uma rua se tornar numa zona de coexistência não tenha que ser alterada fisicamente e/ou sinalética de forma a que seja considerada como tal pelo futuro CE. Este tipo de conceito de rua partilhada, muito comum no resto da Europa, não se refere a ruas dentro de recintos fechados e privadas, como parques de campismo. Há muitos quilómetros de ruas na Europa que funcionam de forma partilhada. De facto, em muitas zonas históricas em Portugal, em que as ruas não têm passeios, serão naturalmente no futuro consideradas ruas de coexistência. Mas há muito mais casos em que a coexistência é a solução apropriada para ruas públicas.

  21. Carlos Ferreira diz:

    Caro Mario,

    Se acha que o Rui Marques não explicou os motivos sobre ser conta a circulação a par, eu explico-lhe os meus. Mas primeiro, deixe dizer-lhe que esta coisas de nos compararmos sempre aos outros, tem os seus problemas. É que ninguém disse que nos outros países é que está bem. E se eles daqui a 2 anos retirarem essa regra porque afinal estava mal? Vamos atrás (Sempre!!). Além disso, os países são diferentes, as estradas são diferentes.

    Resumindo, usemos a nossa cabeça para pensar. Assim cá vai…

    Sou contra a circulação a par, ou pelo menos devia existir, algumas ressalvas à mesma, mediantes as condições da via. Não nos esqueçamos que Portugal não são só cidades. Existem muitos meios rurais. Em estradas, como no meu concelho, que ligam as várias aldeias existentes, não será de todo aconselhável, andar a par. A velocidade de um velocípede é reduzida e um veículo, teria que se manter à velocidade deste durante todos os Kms da via, que nalguns casos são muitos. E certamente que o perigo para os ciclistas aumenta nestes casos.

    Bem haja.

    • Mario diz:

      Caro Carlos,

      O argumento que Portugal é um dos únicos, senão mesmo único, País da UE que impede a circulação a par dos ciclistas não é um argumento a favor ou contra a circulação a par. É muito simplesmente uma forma de começar a pensar que o assunto pode não ser tão óbvio como parece à primeira vista. No fundo existiram milhares de legisladores, técnicos e políticos em dezenas de países que acharam que era uma regra com vantagens de adoptar.

      Para defender porque é que é uma regra com vantagens, os argumentos são vários e já mencionei alguns relativamente à segurança e visibilidade do ciclista – no fundo estes argumentos, segurança do mais vulnerável, deviam ser o suficiente porque a segurança da vida humana está sempre acima de um pequeno atraso de segundos ou mesmo minutos.

      No entanto, repare que para ultrapassar em segurança um veículo de duas rodas conservando deste uma distancia de segurança e sem o assustar implica que quem ultrapassa tem que ocupar total ou parcialmente a via adjacente. Sendo assim, acaba por ser irrelevante se o ciclista circula sozinho ou a par. Quem ultrapassa só o pode fazer em segurança quando seja possível ocupar a via adjacente – dito de outra forma, só deve ultrapassar quando não circular outro veículo em sentido contrário. Por isso o compasso de espera pela oportunidade segura para ultrapassar acaba por ser semelhante. Não sendo este um argumento determinante, acaba mesmo por ser marginalmente mais seguro e rápido ultrapassar dois ciclistas a par que dois ciclistas em fila indiana.

      De qualquer forma a redacção aprovada é a seguinte:

      2 – Os velocípedes podem circular paralelamente numa via, exceto em vias com reduzida visibilidade ou durante engarrafamentos, desde que não circulem em paralelo mais que dois velocípedes e tal não cause perigo ou embaraço ao trânsito.
      Espero ter esclarecido melhor o sentido da lei.

      Espero ter esclarecido.

      Mário Alves

    • Célio diz:

      No meu entender o ciclista deve circular a par, mas verificando a aproximação de um veículo e apercebendo-se do seu abrandamento, deverão alinhar em fila e facilitar a passagem do veículo. Se mora numa zona rural encontrará, com certeza tractores agriculas, que muitas vezes circulam a uma velocidade inferior às dos ciclista, o que acha que se deve fazer a esses então?

  22. Maria diz:

    Olá: estou muito contente pela alteração da lei! No entanto não concordo muito com a permissão dada para os ciclistas circularem a par. Penso que se o número de ciclistas aumentar isso vai criar dificuldades no transito que penso desnecessárias. Não sei se Portugal era on não o unico pais onde isso era proibido. Nas cidades em que vivi na Alemanha e em Amesterdão, nunca vi ninguém andar lado a lado excepto quando não havia praticamente nenhum transito nem ciclovia.

    • Mario diz:

      Cara Maria,

      Veja a resposta que dei acima ao Carlos.

      Espero que esclareça melhor.

    • J.Teixeira diz:

      Se dois ciclistas circulam a par o carro tem reduzir a velocidade e quando puder faz a ultrupassagem pela faxa contrária,porque se um ciclista for sózinho o carro tem dar 1,5m do ciclista para fazer a ultrupassagem vai ter á mesma coisa.Com esta lei os carros só têm respeitar mais os ciclistas e os peões como seres humanos iguais aos que circulam dentro dos carros.

  23. Zé da Mota diz:

    Só é pena o novo CE não dizer claramente que se os ciclistas circularem na mesma via que os veículos motorizados, estão também obrigados a parar no semáforo vermelho. 😉

    • Paulo diz:

      certamente tem as mesmas obrigações que qualquer outro veiculo, mas não é necessário que o diga na alteração pois isso resulta do código actual. 🙂
      Não obstante ainda ficamos atrás quando comparado com a Europa, no centro de Madrid (que é o que conheço melhor) nas ruas com duas ou mais faixas, a faixa mais à direita tem limite 30 km para permitir ciclistas e automóveis circularem em segurança.

    • A.Santos diz:

      Oh zé da motorizada, então nós mudamos uma lei que olhava para o ciclista como uma espécie a abater… e tu pegas numa questão de lana caprina. Eu também de vez em quando passo um semáforo cá da terra. Mas circulo a 280 Km que consigo ver se não atrapalho o tráfego. Grave é de carro, fazê-lo, porque a chapa é dura que nem cornos.

    • Célio diz:

      Essa obrigatoriadade já existia no velho e continua em vigor.

    • Embora o CE dite que um ciclista TEM de cumprir o sinal vermelho (isto foi uma revisão ao CE, logo o que não foi alterado mantém-se), fique sabendo que por exemplo na Holanda (e noutro países), um ciclista pode passar um vermelho se for para virar à direita!

  24. Bruno Faria diz:

    Finalmente poderemos circular mais tranquilos!
    Por favor tornem estas novas regras mais que públicas!
    Em vez de estamparem publicidades enganosas nas TV´s e Websites, façam passar esta informação!
    Os automobilistas terão que ser mais pacientes, andar mais devagar e atentos! Por mim falo, mesmo antes desta boa notícia: quando avisto um camarada ciclista, mesmo que este esteja numa passadeira de peões, faço sempre os possíveis para o deixar passar; quando circulam na estrada um ou vários ciclistas, dou-lhes margem para circular com facilidade, não sei bem se serão os 1.5m;
    como ciclista, tanto urbano, como BTTista, faço quase sempre uso das estradas, com um misto de passeios pedestres, para facilitar a minha mobilidade e segurança, ainda – fica a dica – uso luzes e roupas técnicas com reflectores e cores visíveis.

    BOAS PEDALADAS!!

  25. Um Tipo diz:

    Miguel Somes, deixando de parte a minha opinião sobre o assunto, não me parece que tomar Londres por exemplo sustente a opinião que aparenta defender. Sabe que só na cidade de Londres são atropelados (muitos mortalmente) diariamente mais ciclistas que em Portugal inteiro? Sabe que os ciclistas em Londres são amplamente odiados pelos condutores de qualquer tipo de automóvel?
    Creio que o maior problema para a utilização da bicicleta em Portugal não tem solução! Prende-se com a Geografia, as nossas cidades não são {tão} planas, como essas todas com que se tenta comparar…

    • Outro Tipo diz:

      A Geografia é a desculpa mais esfarrapada que se pode dar! (vejam São Francisco entre outras) Toca mas é a dar ao pedal e quem não tem pernas para subidas, use a assistência eléctrica 😉

    • paulovieira diz:

      Tomando Lisboa como exemplo: quantas dezenas de milhar de pessoas há que fazem a sua vida entre o Saldanha, Lumiar, Telheiras, Benfica, etc. Uma grande parte da cidade é praticamente plana.

      Ninguém está a dizer que devem vender os seus automóveis e usar exclusivamente a bicicleta. Mas certamente que há muitas ocasiões em que a escolha da bicicleta é uma opção que faz sentido. Especialmente para deslocações curtas de 2 ou 3 km. É desolador ver jovens de 25 anos que não sabem fazer essas deslocações de outro modo que não seja de carro.

    • tiago diz:

      Subidas, no Tour de France e que se faz verdadeiras subidas….

    • A.Santos diz:

      Manique do Intendente/Cartaxo. 10 Km. 1ª vez a subir Vila Nova de S.Pedro. Ia morrendo(!!!). Agora é uma festa. Se pensas fazer ciclismo entre casa e o emprego, não dá. Até porque não há prémio da montanha. Mas se reparares, as Amoreiras estão ao mesmo nível que o Campo Grande. Mas se desceres ao Marquês de Pombal, aí encontras uma subida, mas se fores pela Marquês de Fronteira, aí encontras outro marquês.
      Pára lá de te desculpares e pedala. Pedala muito que dá imensa “pica”….

    • As questão das pendentes é uma desculpa. Só isso. Uma desculpa para não mudar para um estilo de vida saudável e sustentável. Faço mais de 500 km por mês no Porto. Acho uma cidade excelente para a bicicleta. Pouco trânsito, condutores amigáveis e atentos. O problema é sobretudo a conceção de algumas vias. Algo a mudar em breve, espero.

    • Esta conversa das colinas já mete dó e não há maneira de remover esta praga da vox populis. Está a tornar-se um “fizestes” e um “comestes”, uma praga lexical, um mito que a ciência mais pura não consegue desmistificar.

      Oiça bem: mais de metade de Lisboa é quase plana e é possível fazer da bicicleta o meio de transporte desta cidade, pois 67.4 por cento da cidade tem inclinações inferiores a dez por cento, o que representa boas condições para pedalar diariamente. As colinas ocupam quinze por cento da área urbana da cidade. 80 por cento das cerca de 700 mil pessoas que habitam em Lisboa moram e trabalham fora das áreas das colinas. A maioria dos fluxos que se fazem dentro da cidade (casa-trabalho) são na marginal e no eixo Baixa-Campo Grande, na sua maioria zonas planas ou muito suave. Em Trondheim, na Noruega à beira dos fiordes, uma cidade muito mais montanhosa que Lisboa, a grande maioria da população usa bicicleta. Peço, por favor, acabem com este EMBUSTE das colinas que já mete dó!

    • J.Teixeira diz:

      Se o sr. não quer conviver com peões e ciclistas nas estradas compre um avião e ninguém o chateia.

  26. Mario diz:

    Rui Marques,

    Levanta duas questões:

    A) Prioridade dos ciclistas ao atravessarem a faixa de rodagem num ciclovia

    Também é um assunto que nos preocupa, que foi discutido internamente e que acompanharemos atentamente no futuro. No entanto, uma questão deve ser clara como condutor de um veículo ao aproximar-se de uma passadeira ou ciclovia deve reduzir a velocidade de forma a poder parar em segurança e antecipar o possível atravessamento de uma bicicleta ou peão. Se houver estacionamento ilegal antes dos atravessamentos o cuidado deve ser redobrado e a redução de velocidade mais acentuada. É pode parecer radical mas é a única forma segura se conduzir. Imagine que é uma criança (sem possibilidade psicomotora de avaliar o perigo e a distancia de travagem), cabe obviamente ao condutor encartado e adulto o sentido de responsabilidade de aproximar-se da da passadeira ou ciclovia de forma a não a colocar em perigo. Ora se é assim que o condutor do automóvel se tem que se portar para a eventualidade do atravessamento de uma criança então todos os ciclista estarão a salvo mesmo quando distraído. Mas compreendemos que mesmo que teoricamente e conceptualmente o que se disse acima está correcto, é um assunto a observar com atenção e principalmente aumentar a consciencialização para a necessidade de baixas velocidades em meios urbanos, medidas de acalmia e fiscalização.

    B) Permissão de circulação a par

    O Rui não explica porque é que é contra. No entanto, Portugal era dos poucos países europeus que impedia a circulação a par. Circular a par aumenta a visibilidade e segurança dos ciclistas na generalidade dos casos. É também a melhor forma de circular com uma criança.

    Finalmente refere a necessidade dos ciclistas terem obrigatoriamente aulas e noções sobre o CE.

    A introdução da aprendizagem da condução de bicicleta nos curriculum escolares é algo a ponderar seriamente. Mas tal não impede que exista um CE mais equitativo e justo. Muitas das medidas eliminadas eram objectivamente perigosas para os ciclistas.

    Obrigado pelo contributo.

  27. Rui Marques diz:

    Gosto de algumas medidas até porque sou ciclista, no entanto, não posso concordar com a circulação 2 bicicletas lado a lado, e, sendo também automobilista, sei o que é ter peões e bicicletas a passarem numa passadeira sem sequer olharem para o lado ou aguardar a prioridade. É que nem sempre se torna fácil para o condutor de um automóvel reparar que há alguém para passar, principalmente com carros parados junto a passadeiras. Além do mais, se os ciclistas vão partilhar a via com veículos automóveis, não faz sentido nenhum que não tenham obrigatoriamente de ter umas aulas ou noções de código da estrada. É que por cá só se implementam sempre “algumas” medidas praticadas noutros países, as outras não interessa.

    • Miguel Somes diz:

      Podemos ter o Reino Unido como exemplo, em que uma grande parte da populacao Londrina vai para o trabalho de bicicleta. Nao e obrigatorio ter aulas de codigo, embora as freguesias facilitem aulas gratuitas de civismo da via publica. Nao e obrigatorio usar capacete; nao se paga mais para levar bicicletas nos transportes; a grande maioria dos comboios permite o transporte de bicicletas; as vias para autocarros sao partilhadas em exclusivo com as bicicletas; e ninguem reclama dos ciclistas (a nao ser os taxistas). Aqui em Portugal as pessoas andam quase todas de bicicleta no passeio, ou entao andam na estrada de forma irresponsavel (em contra-mao, a subir e descer o passeio), e se vou a andar na estrada levo com businoes de pessoas que acham que eu nao devia andar na estrada. As ciclovias sao boas para quem quer passear de forma descontraida, mas quem tem de se deslocar para ir trabalhar, precisa de ir pela estrada, e precisamos de educar as pessoas a aceitar isso.

      • Jose Loucao diz:

        Eu também vivo em Londres e tal como a maioria, detestamos, CERTOS, ciclistas, andam em contra mão em ruas de sentido único, andam nos passeios, não respeitam sinais vermelhos, nas filas de transito passam por qualquer lado sem que os condutores tenha olhos dos lados, atrás e a frente para os ver. Mas no meio destes existem ciclistas responsáveis.

    • Caro Rui Marques

      O facto de os ciclistas andarem lado a lado prende-se com uma postura de segurança defensiva para evitar “razias”. Quando comecei a andar de bicicleta em Lisboa, ia muito encostadinho à direita para não importunar ninguém. Além de ficar sujeito às sarjetas, à malta dos carros estacionados que abre a porta de repente, ainda levava com cada razia que até me subia o sangue à cabeça!

      O mesmo pressuposto para a circulação a par. Quando dois ciclistas circulam a par, além de ocuparem, longitudinalmente menos espaço, obrigam o condutor do automóvel a efetuar uma ultrapassagem dita convencional, pois dois ciclistas a par ocupam a largura de um automóvel. É assim unicamente por questões de segurança. Dou-lhe um exemplo extremo. Na Alemanha, o Código da Estrada (CE) alemão, além de permitir circular a par lado a lado, ainda diz que se tratarem de mais de 18 ciclistas, são apenas considerados um único veículo, o que significa que se o primeiro passar o vermelho, o último também pode passar. Quase todos os CE da Europa permitem circulação a par, lado a lado.

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