Apoios à compra de bicicletas devem continuar e ser reforçados em 2024
Os incentivos do Fundo Ambiental à aquisição de bicicletas devem ter continuidade e ser reforçados em 2024, deixando de haver limite no número de apoios disponíveis. A MUBi espera, também, liderança política do novo governo na implementação da ENMAC 2020-2030, destinando recursos para o cumprimento das suas metas.
A MUBi tem recebido e acompanhado, em diversos fóruns, questões de numerosas pessoas sobre a continuidade dos apoios do Fundo Ambiental de incentivo à aquisição de bicicletas de uso utilitário.
Desde a sua introdução, no Orçamento do Estado para 2019, depois da proposta apresentada pela MUBi aos partidos na Assembleia da República[1], a medida tem sido extremamente bem sucedida. Os números de candidaturas têm sempre superado largamente os apoios disponíveis. Em cinco anos, o programa atribuiu incentivos à aquisição de cerca de vinte mil bicicletas para uso citadino, contribuindo para a redução de emissões e da poluição do ar, o descongestionamento das cidades, a economia e a saúde.
O programa de incentivos tem, ainda, ajudado a disseminar e normalizar em Portugal as bicicletas com assistência eléctrica e as bicicletas de carga, cujo custo de aquisição tem um peso importante e constitui uma barreira para muitas pessoas, em particular para os grupos de baixo rendimento.
A MUBi alerta o novo Governo de que deve acolher o crescente interesse e procura pela utilização da bicicleta, dando continuidade e reforçando o programa de Incentivos do Fundo Ambiental para aquisição de bicicletas. Nuno Melo, presidente do CDS-PP, partido da coligação AD e que integra agora o governo, classificou de “ridículo” o nível de apoio que tem existido à aquisição de bicicletas eléctricas, face às necessidades de mudança na mobilidade urbana e de acção climática[2].
Defendemos, nomeadamente, que:
- Deixe de haver um limite no número de apoios disponíveis. Cumprindo os requisitos, qualquer pessoa deverá poder obter instantaneamente o apoio, independentemente de quantas outras pessoas já tenham participado no programa.
- A taxa de comparticipação passe a ser até 75%, conforme o rendimento dos beneficiários, e também os limites máximos dos incentivos sejam revistos para valores superiores aos dos anos anteriores.
- As bicicletas convencionais, que continuam a ser a melhor opção para muitas pessoas, deverão ter uma taxa de comparticipação igual às das restantes tipologias e o limite aumentar para pelo menos 250 euros.
- O programa inclua bicicletas adaptadas para pessoas com necessidades especiais, bicicletas em segunda mão e apoios à reparação de bicicletas.
Esperamos, também, urgência e vontade política do novo governo na implementação da Estratégia Nacional para a Mobilidade Activa Ciclável (ENMAC 2020-2030) e da Estratégia Pedonal (ENMAP 2030), destinando os recursos necessários para a concretização destas Estratégias. Há poucos meses, numa proposta da autoria do actual ministro das Finanças, Miranda Sarmento, a bancada parlamentar do PSD propôs aumentar em 12 vezes, para 6 milhões de euros, a verba a destinar no Orçamento do Estado para 2024 à execução da ENMAC 2020-2030[3]. Também a Assembleia da República, há menos de um ano, voltou a defender um aumento substancial dos recursos humanos e financeiros para a execução da ENMAC e da ENMAP[4].
Rui Igreja, coordenador do núcleo de políticas públicas da MUBi disse que «este é o momento para o novo governo dar um sinal claro de que as metas das estratégias nacionais para a mobilidade activa são mesmo para cumprir e que, para tal, são necessários recursos, como a MUBi tem vindo a afirmar nos últimos anos. Só haverá transição com sinais claros de liderança política.»
Referências:
[1] European Cyclists’ Federation (2019), Success Story: MUBi unlocks Financial Incentives for E-Bikes in Portugal.
[2] Nuno Melo defende que PRR possa ser utilizado para fundo ambiental, Público, 5 de junho de 2022.
[3] Grupo Parlamentar do PSD, Avaliar e acelerar a implementação da Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável (ENMAC 2020-2030), Proposta de aditamento à Proposta de Lei n.º 109/XV/2.ª (Orçamento do Estado para 2024), 13 de novembro de 2023.
[4] Resolução da Assembleia da República n.º 64/2023, de 7 de junho.
Nós precisamos de ti
Contribuir
Etiquetas
Acalmia de tráfego actas de reuniões assembleia da república Assembleia Geral Aveiro bicicleta bicicultura Bike Buddy ciclovias Clima cml comunicados COVID-19 código da estrada Direção ECF eleições encontros ENMAC ENMAP espaço público eventos fundo ambiental governo incentivos intermodalidade investimento Lisboa mobilidade mobilidade activa modos activos modos suaves MUBi notícias notícias MUBi Orçamento do Estado política Porto projectos projectos em monitorização projectos europeus relatórios segurança rodoviária transportes públicos VOCAArquivo