Nos dias 18 e 19 de Novembro a Estrada Viva e a MUBi realizaram acções de sensibilização em Lisboa e no Porto para lembrar que morrer na estrada não é natural e muito menos uma inevitabilidade. Acções e medidas políticas corajosas precisam-se.

Os números são dramáticos: a sinistralidade rodoviária causa a cada ano cerca de 600 vítimas mortais em Portugal. Na última década morreram, em média, 40 crianças por ano.

Perante esta calamidade que está à vista de todos, mas que a sociedade portuguesa continua a ignorar ou a aceitar como natural, é imperativo não apenas chamar a atenção, mas apelar a medidas concretas para o fim da sinistralidade rodoviária, ao fim da perda trágica de vidas humanas. Morrer na estrada é tudo menos natural.

Não há Mobilidade Sustentável sem Segurança Rodoviária, nem Segurança Rodoviária sem Mobilidade Sustentável

Neste cenário dramático, associámo-nos ao “Dia Mundial em Memória das Vítimas na Estrada” que se realiza anualmente no terceiro Domingo de Novembro (este ano, dia 19 de Novembro).

Cidades que continuam a privilegiar e a fomentar o uso do automóvel, que permitem a circulação de carros cada vez maiores e mais potentes, que mantêm vias que incitam velocidades assassinas e que não fiscalizam nem previnem o excesso de velocidade com medidas de acalmia de tráfego, não podem ignorar as vítimas e demitir-se da sua responsabilidade. Quando a sociedade reclama, e de todos os quadrantes políticos se exige sustentabilidade ambiental e humanização das cidades, o carro continua a ser rei e senhor e a matar aqueles que, por necessidade ou opção, usam os modos de deslocação ambiental, social e economicamente mais sustentáveis.

Por isso a Estrada Viva e todas as suas associações, com a ZERO, a APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima) e a APD (Associação Portuguesa de Deficientes), escreveram ao Presidente da Assembleia da República, Primeiro Ministro e deputados uma Carta Aberta a exigir que Portugal cumpra os seus compromissos internacionais para com a vida e finalmente legisle o limite de velocidade padrão para 30 km/h dentro das localidades

Seguindo a premissa “Não há Mobilidade Sustentável sem Segurança Rodoviária, nem Segurança Rodoviária sem Mobilidade Sustentável”, a Estrada Viva e MUBi organizaram uma série de eventos em Lisboa e Porto. Também se associou a esta evocação a Coimbr’a Pedal.


LISBOA

Este ano, em Lisboa, quisemos assinalar a efeméride com um evento no dia anterior (dia 18, Sábado, às 11h da manhã, no Campo Grande): fizemos uma passadeira com pessoas cobertas de lençóis brancos, numa evocação das vidas humanas que injustamente se perdem todos os anos

Escolhemos este local no Campo Grande porque foi aqui que foi atropelada uma jovem de 16 anos que atravessava a rua numa passadeira com a bicicleta pela mão. Até hoje nada foi feito para acalmar o tráfego e impedir o excesso de velocidade naquele eixo e em muitas outras “vias rápidas” criminosas dentro da cidade.

Assim se evocaram as vítimas em Lisboa…


PORTO

No Porto, fizemos a mesma acção de sensibilização acima descrita, no dia 18/11, numa passadeira perto da Câmara Municipal do Porto, e também em Matosinhos, numa passadeira próxima da Câmara Municipal de Matosinhos.

No dia 19/11, pelas 11h00, marchámos pelas Vítimas da Estrada, partindo da Rotunda da Boavista e regressando à mesma.

Assim se evocaram as vítimas no Porto…


COIMBRA

Contamos ainda com uma evocação em Coimbra, pelos companheiros da Coimbr’a Pedal


Para que não seja preciso evocar mais vítimas, fica o apelo:

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